BARROCO – a Cultura do Palco
Impera no período de tempo entre 1618 e 1714, período conhecido como Antigo Regime. O séc. XVII será o prenúncio da sociedade moderna. Tempo de criação de um estado “moderno” como estrutura politica, económica e cultural autónoma, afirmando-se através das monarquias absolutistas. Abrange o período da reforma e contra-reforma, protestantismo (artistas orientavam o seu trabalho para uma pintura de género burguês) e catolicismo (artistas promovem trabalhos religiosos de grande impacto emocional).
O barroco vai servir o absolutismo, a arte barroca serve de propaganda e reforço ao poder político (festas e banquetes). Durante este período vão imperar grandes contrastes sociais (aristocracia/povo).
A arte barroca era uma arte urbana. O maior palco do séc. XVII em termos religiosos era Roma e em termos políticos Versalhes. O Papa Sisto V promoveu uma reforma urbanística adequada ao estatuto da sua cidade, abrindo amplas artérias, praças e mercados com obeliscos, esculturas e jogos de água, como decoração. Roma passa a ser sinónimo de cidade espectáculo: a arte dirigia-se ao público, o povo.
Há sinais de divergências políticas, por um lado a maioria dos países em regimes absolutistas, por outro alguns países a experimentarem regimes parlamentares (Inglaterra) e republicanos (Países Baixos).
Durante o séc. XVII registou-se um grande desenvolvimento capitalista (investimentos privados), sendo aplicadas medidas mercantilistas, desenvolvido o comércio e a Marinha e a Holanda ter-se tornado um grande centro económico-financeiro.
Luís XIV, rei francês (Rei Sol), cria uma corte extremamente luxuosa, e num período de guerras, fome, epidemias e conflitos sociais, conseguiu ser um modelo de imitação de muitas cortes absolutistas. Versalhes é o exemplo. A corte simboliza o poder real e Versalhes é considerada a universalidade. O palácio de Versalhes é o primeiro dos palcos onde o rei se apresenta como o principal actor. Destaca-se a importância das festas e banquetes, moda, teatro, ópera… Realça-se a importância da Academia Real de Pintura e Escultura de Paris e a Academia Real de Dança. Surge a corte régia com a qual Luís XVI regulamentava as dependências sociais da aristocracia, através deste código comportamental orienta-os para a obediência á pessoa do rei através de cerimónias específicas, em troca o rei concedia-lhes cargos> rei controla.
personalidades
Luís XIV – rei sol
Bernini – arquitectura e escultura
Borromini – arquitectura
Giradon – escultura
Caravaggio – pintura
Carraci – pintura
Ribera – pintura
ARTE BARROCA
A arte Barroca é mais um gosto que um estilo. É uma arte de ilusão e engano, que traduz as convulsões do seu tempo (guerras, conflitos sociais e religiosos).
Todas as formas de arte se destinavam a uma dupla função: fascinar e veicular uma mensagem ideológica.
Dirigiu-se ao grande público, destinando-se a persuadir e estimular emoções pelo movimento curvilíneo, real ou aparente, pela busca do teatral, cenográfico, infinito. É alegórica, urbana e busca o êxtase.
ARQUITECTURA
O barroco arquitectónico nasceu da reconstrução que os Papas da contra-reforma executaram em Roma. Serviu inicialmente as directrizes do Concílio de Trento, daí o grande número de igrejas construídas, expandindo-se para o Oriente e América.
Serve o Antigo Regime, valorizando a imagem do Rei e ostentando o seu poder através de luxuosas cortes e construções. Consolida-se a associação entre arte e poder.
O barroco nasceu dos contactos com a Antiguidade e com o Renascimento definindo uma arte nova e original em termos decorativos – mais imaginativo, fantasista e cénica. Utilizavam as ordens clássicas renascentistas (+coluna torsa), a mesma gramática formal e a mesma regra construtiva assente nas proporções.
A arquitectura alia-se à escultura, pintura, jardinagem e jogos de água, criando uma ilusão de movimento e de um espaço maior. O movimento curvilíneo e o uso de jogos de luz/sombra acentuam a busca pelo infinito e reforçam o efeito cénico pretendido. Os elementos construtivos são usados como elementos puramente decorativos, o uso de frontões reforça o movimento de ascensão das fachadas. Os primeiros arquitectos barrocos foram Bernini e Borromini com a basílica e praça de S.Pedro.
Religiosa
As grandes alterações da arquitectura religiosa foram motivadas pela necessidade de adaptar as igrejas ás exigências impostas pelo Concílio de Trento. As primeiras igrejas eram de dimensões modestas, mas foram as de grande dimensão que prepararam as linhas orientadoras para a arquitectura barroca. O poder papal e o poder real preocuparam-se em erguer luxuosas igrejas.
Plantas de uma grande diversidade formal e imaginativa, baseadas em formas curvas, elípticas ou ovais, irregulares ou estreladas. As de nave única são rectangulares ou elíptico-transversais.
As paredes são côncavas e convexas para se adaptarem aos desenhos das plantas formando paredes ondulantes criando surpresa e efeitos luminosos. São cobertas por estuques, pinturas e retábulos em talha dourada criando a ilusão de um espaço maior, ligando parede e tecto.
Quanto aos sistemas de cobertura mais usados são as abóbadas e cúpulas colossais. A cúpula barroca é original porque prolonga harmoniosamente as paredes (noção de infinito).
As fachadas seguiam o esquema renascentista no qual o corpo central é rematado por um frontão que acentua a verticalidade. Mas tarde aparecem mais caprichosas, com formas onduladas e uma irregularidade bizarra.
A decoração interior das paredes e cúpulas aumenta o movimento cobrindo-se de pinturas a fresco (ondulações trompe l’oeil). Aos frescos estão associadas mármores poli cromados, talha dourada, esculturas, retábulos e telas.
A decoração em geral esconde as estruturas arquitectónicas.
Impera no período de tempo entre 1618 e 1714, período conhecido como Antigo Regime. O séc. XVII será o prenúncio da sociedade moderna. Tempo de criação de um estado “moderno” como estrutura politica, económica e cultural autónoma, afirmando-se através das monarquias absolutistas. Abrange o período da reforma e contra-reforma, protestantismo (artistas orientavam o seu trabalho para uma pintura de género burguês) e catolicismo (artistas promovem trabalhos religiosos de grande impacto emocional).
O barroco vai servir o absolutismo, a arte barroca serve de propaganda e reforço ao poder político (festas e banquetes). Durante este período vão imperar grandes contrastes sociais (aristocracia/povo).
A arte barroca era uma arte urbana. O maior palco do séc. XVII em termos religiosos era Roma e em termos políticos Versalhes. O Papa Sisto V promoveu uma reforma urbanística adequada ao estatuto da sua cidade, abrindo amplas artérias, praças e mercados com obeliscos, esculturas e jogos de água, como decoração. Roma passa a ser sinónimo de cidade espectáculo: a arte dirigia-se ao público, o povo.
Há sinais de divergências políticas, por um lado a maioria dos países em regimes absolutistas, por outro alguns países a experimentarem regimes parlamentares (Inglaterra) e republicanos (Países Baixos).
Durante o séc. XVII registou-se um grande desenvolvimento capitalista (investimentos privados), sendo aplicadas medidas mercantilistas, desenvolvido o comércio e a Marinha e a Holanda ter-se tornado um grande centro económico-financeiro.
Luís XIV, rei francês (Rei Sol), cria uma corte extremamente luxuosa, e num período de guerras, fome, epidemias e conflitos sociais, conseguiu ser um modelo de imitação de muitas cortes absolutistas. Versalhes é o exemplo. A corte simboliza o poder real e Versalhes é considerada a universalidade. O palácio de Versalhes é o primeiro dos palcos onde o rei se apresenta como o principal actor. Destaca-se a importância das festas e banquetes, moda, teatro, ópera… Realça-se a importância da Academia Real de Pintura e Escultura de Paris e a Academia Real de Dança. Surge a corte régia com a qual Luís XVI regulamentava as dependências sociais da aristocracia, através deste código comportamental orienta-os para a obediência á pessoa do rei através de cerimónias específicas, em troca o rei concedia-lhes cargos> rei controla.
personalidades
Luís XIV – rei sol
Bernini – arquitectura e escultura
Borromini – arquitectura
Giradon – escultura
Caravaggio – pintura
Carraci – pintura
Ribera – pintura
ARTE BARROCA
A arte Barroca é mais um gosto que um estilo. É uma arte de ilusão e engano, que traduz as convulsões do seu tempo (guerras, conflitos sociais e religiosos).
Todas as formas de arte se destinavam a uma dupla função: fascinar e veicular uma mensagem ideológica.
Dirigiu-se ao grande público, destinando-se a persuadir e estimular emoções pelo movimento curvilíneo, real ou aparente, pela busca do teatral, cenográfico, infinito. É alegórica, urbana e busca o êxtase.
ARQUITECTURA
O barroco arquitectónico nasceu da reconstrução que os Papas da contra-reforma executaram em Roma. Serviu inicialmente as directrizes do Concílio de Trento, daí o grande número de igrejas construídas, expandindo-se para o Oriente e América.
Serve o Antigo Regime, valorizando a imagem do Rei e ostentando o seu poder através de luxuosas cortes e construções. Consolida-se a associação entre arte e poder.
O barroco nasceu dos contactos com a Antiguidade e com o Renascimento definindo uma arte nova e original em termos decorativos – mais imaginativo, fantasista e cénica. Utilizavam as ordens clássicas renascentistas (+coluna torsa), a mesma gramática formal e a mesma regra construtiva assente nas proporções.
A arquitectura alia-se à escultura, pintura, jardinagem e jogos de água, criando uma ilusão de movimento e de um espaço maior. O movimento curvilíneo e o uso de jogos de luz/sombra acentuam a busca pelo infinito e reforçam o efeito cénico pretendido. Os elementos construtivos são usados como elementos puramente decorativos, o uso de frontões reforça o movimento de ascensão das fachadas. Os primeiros arquitectos barrocos foram Bernini e Borromini com a basílica e praça de S.Pedro.
Religiosa
As grandes alterações da arquitectura religiosa foram motivadas pela necessidade de adaptar as igrejas ás exigências impostas pelo Concílio de Trento. As primeiras igrejas eram de dimensões modestas, mas foram as de grande dimensão que prepararam as linhas orientadoras para a arquitectura barroca. O poder papal e o poder real preocuparam-se em erguer luxuosas igrejas.
Plantas de uma grande diversidade formal e imaginativa, baseadas em formas curvas, elípticas ou ovais, irregulares ou estreladas. As de nave única são rectangulares ou elíptico-transversais.
As paredes são côncavas e convexas para se adaptarem aos desenhos das plantas formando paredes ondulantes criando surpresa e efeitos luminosos. São cobertas por estuques, pinturas e retábulos em talha dourada criando a ilusão de um espaço maior, ligando parede e tecto.
Quanto aos sistemas de cobertura mais usados são as abóbadas e cúpulas colossais. A cúpula barroca é original porque prolonga harmoniosamente as paredes (noção de infinito).
As fachadas seguiam o esquema renascentista no qual o corpo central é rematado por um frontão que acentua a verticalidade. Mas tarde aparecem mais caprichosas, com formas onduladas e uma irregularidade bizarra.
A decoração interior das paredes e cúpulas aumenta o movimento cobrindo-se de pinturas a fresco (ondulações trompe l’oeil). Aos frescos estão associadas mármores poli cromados, talha dourada, esculturas, retábulos e telas.
A decoração em geral esconde as estruturas arquitectónicas.
Civil
Limita-se á construção de palácios citadinos e villas, que serviam o poder capitalista, a afirmação de nobres e alta burguesia.
A planta era em U ou duplo U. A fachada e a parte mais importante do palácio, erguia pilastras colossais do rés-do-chão ao segundo andar. O corpo central e a porta tinham maior decoração que os corpos laterais, que copiam os modelos das fachadas das igrejas. Os jardins dão uma dimensão diferente ao edifício, são espaços de ostentação e luxo. As escadarias e galerias dão uma maior volumetria ao edifício.
O interior tem grandes salas de festas, galerias e escadarias com lanços simétricos, decoração e cenografia são teatrais. Sendo esta uma arte urbana, as cidades possuíam ruas e avenidas rectas, largas praças jardins luxuosos e fontes extravagantes.
A sociedade era festiva (havia festa em qualquer ocasião minimamente significativa).
Havia o predomínio da preocupação urbanística, que teve como protótipo Roma.
As fontes são o elemento predilecto do urbanismo barroco, insere-se em todas as praças com grandes repuxos e cascatas.
ESCULTURA
A escultura é a arte mais praticada e difundida neste período. É intencional, didáctica e simbólica. Associada à arquitectura e pintura ou meramente isolada.
A escultura divide-se em monumental ou independente. A primeira serve para ornamentar ou contemplar a arquitectura, enquadrando-se nos cenários (relevos e esculturas de vulto redondo, honorificas, decorativas e simbólicas). A segunda é de carácter alegórico ou comemorativo (bustos e retratos).
As composições escultóricas são as que mais se evidenciam no barroco (ex. o êxtase de santa Teresa).
A escultura é marcada pelo rigor técnico, domínio da arte de modelar remetendo para um realismo formal e naturalismo visível na perfeição das formas anatómicas. Evidencia a exploração de gestos e expressões, bem como a representação de posições em movimento.
As principais características são pajenamentos volumosos que permitem jogos de ilusão luz/sombra; composições livres, organizadas em esquemas complexos; obras marcadas pelo sentido cénico que acentua a teatralidade e adiciona a preocupação pelo enquadramento da obra.
Os materiais utilizados são essencialmente a pedra, mármore, bronze, ouro, prata, marfim, estuque, madeira poli cromada e até cartão.
A escultura serve também para rematar as construções e decorar reforçando o efeito estético pretendido.
PINTURA
Nasceu em Itália, fruto da contra-reforma e do poder régio.
Tem como objectivo captar a fé dos fiéis através da sedução dos sentidos, daí o encanto e deslumbramento, bem como a encenação e o espectáculo, apontando para a emotividade típica do Barroco.
Tem raízes no renascimento quanto ao equilíbrio, e no maneirismo quanto ás soluções plásticas. Vai assumir um papel privilegiado como arte das imagens e da cenografia. Rompe com o plano da imagem e acentua a sensação de profundidade jogando com as formas fluidas e ondulantes aplicando um grande cromatismo ás figuras e ambientes.
Caracteriza-se pela irracionalidade, exuberância, ânsia de novidade, ideia de infinito e contraste. As linhas são ondulantes e serpenteadas, a profundidade é ilusória, imagem encenada, perspectiva irreal, corpos a flutuar, emotividade = ondulação e movimentação dos corpos.
Móvel
Tem tendências ligadas ao classicismo, destaque para Carracci com as suas cenas quotidianas, foca o realismo do classicismo e a pobreza.
Tendências ligadas ao naturalismo e realismo com Caravaggio, obras de intensidade luminosa que choca o público.
Tendências ligadas ao realismo com Rembrant.
Na temática destaca-se a religiosa, mitológica, temas profanos, retratos, natureza morta, paisagens e cenas de género.
A composição da pintura móvel tinha linhas oblíquas, rectas ou curvilíneas; era feita a representação do momento, dando ênfase á acção; a sobreposição de formas dá maior profundidade; são usadas estruturas poligonais ou circulares; a linha do horizonte está abaixo do normal; através da luz/sombra focam-se os elementos principais (luz rasante), pretendendo assim sensibilizar o espectador através dos sentidos.
Destaca-se em Itália a escola de Caravaggio na pintura de cavalete. Representa o naturalismo e realismo sem receio da fealdade, através de temas históricos, religiosos e cenas de género. Utiliza pessoas comuns como modelos. É o primeiro a utilizar a luz rasante que foca certos pormenores deixando o resto do quadro numa semi-penumbra. Nas suas obras existe sempre uma dualidade entre morte/vida, bem/mal, luz/trevas com uma certa tendência para o dramatismo.
Mural
Era executada em trompe l’ oeil nas paredes das igrejas e palácios, sendo caracterizada pela grandiosidade, teatralidade, ilusão e movimento simulando cenograficamente a realidade.
São sobretudo cenas religiosas movimentadas de modo a ser difícil distinguir os elementos arquitectónicos reais dos falsos (sotto in sù), simulando uma abertura para um espaço imaginário.
As características são jogos cromáticos e luminosos que se projectam para o céu (noção de infinito); figuras movimentadas em escorço, com movimentos sinuosos e vigorosos; vestes em formas acentuadas para reforçar o movimento, sacudidas pelo vento. São composições dinâmicas, especialmente as da família Carracci.
Caso Francês
As concepções renascentistas permaneceram em França de forma mais evidente devido á acção das academias, de modo a que tivesse havido uma grande resistência ao barroco.
O barroco instalou-se fundamentalmente através da gramática decorativa, mantendo as estruturas arquitectónicas clássicas – linguagem classicista e racional nas fachadas, uso de linhas rectas, racionais, simétricas, favorecendo uma arquitectura elegante; planta em U e múltiplos andares. Ex. Versalhes.
Do barroco italiano aproveitaram a organização urbanística e a submissão da arte ao poder régio. O palácio de Versalhes é o símbolo triunfal da monarquia absolutista – glorifica o rei Luís XIV através da razão. Luís XIV cria uma corte extremamente luxuosa, num período conturbado, que consegue ser o modelo de imitação do resto da Europa. Versalhes é o primeiro dos palcos onde o rei se apresenta como actor principal.
O palácio de Versalhes é considerado uma obra de arte total, visto que integra todos os tipos de manifestações artísticas. Reflecte o espírito classicista pela sua forma em U, 3 andares e fachada rectilínea onde sobressai a horizontalidade e simetria. Do barroco distingue-se pela sua gramática decorativa luxuosa, tanto de interior como exterior (varias divisões e aposentos, pintura, talha dourada, mármore, jogos e espelhos de água, galerias e escadarias).
A arquitectura religiosa teve como modelos as igrejas italianas sendo marcada pela ornamentação profusa nas fachadas e interiores sobrecarregados com uma decoração extremamente exuberante e luxuosa. É mais barroca do que arquitectura civil, visto que vem num contexto de contra-refoma. Ex. Igreja de Val-de-Grâce.
A escultura revela uma forte influência do renascimento, rejeitando o barroco. Destaca-se a influência de Bernini na expressão. Do clássico assimila o realismo, riqueza anatómica, expressão serena; e do barroco linhas serpenteadas, gestos cénicos, pajenamentos ondulantes. O principal escultor de Versalhes foi François Girason.
A pintura nunca foi verdadeiramente barroca, revela tendências classicistas no tratamento da forma, composição, figuras e cor. A formação romana adquirida pelos pintores nas academias revela influência de Caravaggio no tratamento da luz. Destaca-se Poussin (harmonia, beleza ideal, espiritualidade), Lorrain (harmonia, maravilha, luz, dourado, paisagem irreal, emoção) e Tournier (naturalismo e luminosidade, carácter místico).
Destaca-se o Triunfo de David e a Descida da Cruz.
A França nunca chega a ser verdadeiramente barroca. Manteve sempre o gosto pelo classicismo.
FALTA MAIS BARROCOS (nao sao tao importantes)
Barroco Espanhol
O barroco foi bem aceite em Espanha, visto que esta mantinha uma forte tradição cristã, na qual a contra-reforma encontrou condições para uma fácil implantação, bem como a presença de uma monarquia absolutista.
Na arquitectura o exemplo disso é o Mosteiro de San Lorenzo d’el Escorial, de modelo idêntico a Versalhes, com influencias clássico-romanas, com os conceitos vitruvianos e esquemas geometrizantes, bem como algumas características árabes na decoração. Sta construção conciliou os conceitos de poder divino e poder temporal.
A arquitectura tem como objectivo suscitar a fé e o fervor religiosos, sendo a obra mais simbólica a fachada da Catedral de Santiago de Compostela, extremamente decorativa, aponta para uma influência gótica. Churriguera é considerado o mais barroco dos arquitectos, dando origem a uma corrente. O churriguerismo, caracterizada pelo uso abundante da decoração. O barroco/churriguerismo exporta-se para a América Latina misturando-se com a arte dos povos pré-colombianos.
A escultura está aliada também á contra-reforma. Salientam-se as escolas regionais de Valência, Sevilha, Catalunha, Granada e Madrid. É de um grande carácter místico, com a noção de naturalismo ascético. Há o predomínio da madeira poli cromada aplicada a retábulos extremamente exuberantes.
A pintura é sobretudo religiosa e faz sentir a influência italiana nos contrastes da cor e tratamento de luz.
Destaca-se Ribera (influência Caravaggio, sensualidade, dramatismo, modelos gente comum, realismo), Velazques (pintor da corte, jogos espaciais, mancha, múltiplos focos, ex. As Meninas), Murillo e Zurbaran.
Limita-se á construção de palácios citadinos e villas, que serviam o poder capitalista, a afirmação de nobres e alta burguesia.
A planta era em U ou duplo U. A fachada e a parte mais importante do palácio, erguia pilastras colossais do rés-do-chão ao segundo andar. O corpo central e a porta tinham maior decoração que os corpos laterais, que copiam os modelos das fachadas das igrejas. Os jardins dão uma dimensão diferente ao edifício, são espaços de ostentação e luxo. As escadarias e galerias dão uma maior volumetria ao edifício.
O interior tem grandes salas de festas, galerias e escadarias com lanços simétricos, decoração e cenografia são teatrais. Sendo esta uma arte urbana, as cidades possuíam ruas e avenidas rectas, largas praças jardins luxuosos e fontes extravagantes.
A sociedade era festiva (havia festa em qualquer ocasião minimamente significativa).
Havia o predomínio da preocupação urbanística, que teve como protótipo Roma.
As fontes são o elemento predilecto do urbanismo barroco, insere-se em todas as praças com grandes repuxos e cascatas.
ESCULTURA
A escultura é a arte mais praticada e difundida neste período. É intencional, didáctica e simbólica. Associada à arquitectura e pintura ou meramente isolada.
A escultura divide-se em monumental ou independente. A primeira serve para ornamentar ou contemplar a arquitectura, enquadrando-se nos cenários (relevos e esculturas de vulto redondo, honorificas, decorativas e simbólicas). A segunda é de carácter alegórico ou comemorativo (bustos e retratos).
As composições escultóricas são as que mais se evidenciam no barroco (ex. o êxtase de santa Teresa).
A escultura é marcada pelo rigor técnico, domínio da arte de modelar remetendo para um realismo formal e naturalismo visível na perfeição das formas anatómicas. Evidencia a exploração de gestos e expressões, bem como a representação de posições em movimento.
As principais características são pajenamentos volumosos que permitem jogos de ilusão luz/sombra; composições livres, organizadas em esquemas complexos; obras marcadas pelo sentido cénico que acentua a teatralidade e adiciona a preocupação pelo enquadramento da obra.
Os materiais utilizados são essencialmente a pedra, mármore, bronze, ouro, prata, marfim, estuque, madeira poli cromada e até cartão.
A escultura serve também para rematar as construções e decorar reforçando o efeito estético pretendido.
PINTURA
Nasceu em Itália, fruto da contra-reforma e do poder régio.
Tem como objectivo captar a fé dos fiéis através da sedução dos sentidos, daí o encanto e deslumbramento, bem como a encenação e o espectáculo, apontando para a emotividade típica do Barroco.
Tem raízes no renascimento quanto ao equilíbrio, e no maneirismo quanto ás soluções plásticas. Vai assumir um papel privilegiado como arte das imagens e da cenografia. Rompe com o plano da imagem e acentua a sensação de profundidade jogando com as formas fluidas e ondulantes aplicando um grande cromatismo ás figuras e ambientes.
Caracteriza-se pela irracionalidade, exuberância, ânsia de novidade, ideia de infinito e contraste. As linhas são ondulantes e serpenteadas, a profundidade é ilusória, imagem encenada, perspectiva irreal, corpos a flutuar, emotividade = ondulação e movimentação dos corpos.
Móvel
Tem tendências ligadas ao classicismo, destaque para Carracci com as suas cenas quotidianas, foca o realismo do classicismo e a pobreza.
Tendências ligadas ao naturalismo e realismo com Caravaggio, obras de intensidade luminosa que choca o público.
Tendências ligadas ao realismo com Rembrant.
Na temática destaca-se a religiosa, mitológica, temas profanos, retratos, natureza morta, paisagens e cenas de género.
A composição da pintura móvel tinha linhas oblíquas, rectas ou curvilíneas; era feita a representação do momento, dando ênfase á acção; a sobreposição de formas dá maior profundidade; são usadas estruturas poligonais ou circulares; a linha do horizonte está abaixo do normal; através da luz/sombra focam-se os elementos principais (luz rasante), pretendendo assim sensibilizar o espectador através dos sentidos.
Destaca-se em Itália a escola de Caravaggio na pintura de cavalete. Representa o naturalismo e realismo sem receio da fealdade, através de temas históricos, religiosos e cenas de género. Utiliza pessoas comuns como modelos. É o primeiro a utilizar a luz rasante que foca certos pormenores deixando o resto do quadro numa semi-penumbra. Nas suas obras existe sempre uma dualidade entre morte/vida, bem/mal, luz/trevas com uma certa tendência para o dramatismo.
Mural
Era executada em trompe l’ oeil nas paredes das igrejas e palácios, sendo caracterizada pela grandiosidade, teatralidade, ilusão e movimento simulando cenograficamente a realidade.
São sobretudo cenas religiosas movimentadas de modo a ser difícil distinguir os elementos arquitectónicos reais dos falsos (sotto in sù), simulando uma abertura para um espaço imaginário.
As características são jogos cromáticos e luminosos que se projectam para o céu (noção de infinito); figuras movimentadas em escorço, com movimentos sinuosos e vigorosos; vestes em formas acentuadas para reforçar o movimento, sacudidas pelo vento. São composições dinâmicas, especialmente as da família Carracci.
Caso Francês
As concepções renascentistas permaneceram em França de forma mais evidente devido á acção das academias, de modo a que tivesse havido uma grande resistência ao barroco.
O barroco instalou-se fundamentalmente através da gramática decorativa, mantendo as estruturas arquitectónicas clássicas – linguagem classicista e racional nas fachadas, uso de linhas rectas, racionais, simétricas, favorecendo uma arquitectura elegante; planta em U e múltiplos andares. Ex. Versalhes.
Do barroco italiano aproveitaram a organização urbanística e a submissão da arte ao poder régio. O palácio de Versalhes é o símbolo triunfal da monarquia absolutista – glorifica o rei Luís XIV através da razão. Luís XIV cria uma corte extremamente luxuosa, num período conturbado, que consegue ser o modelo de imitação do resto da Europa. Versalhes é o primeiro dos palcos onde o rei se apresenta como actor principal.
O palácio de Versalhes é considerado uma obra de arte total, visto que integra todos os tipos de manifestações artísticas. Reflecte o espírito classicista pela sua forma em U, 3 andares e fachada rectilínea onde sobressai a horizontalidade e simetria. Do barroco distingue-se pela sua gramática decorativa luxuosa, tanto de interior como exterior (varias divisões e aposentos, pintura, talha dourada, mármore, jogos e espelhos de água, galerias e escadarias).
A arquitectura religiosa teve como modelos as igrejas italianas sendo marcada pela ornamentação profusa nas fachadas e interiores sobrecarregados com uma decoração extremamente exuberante e luxuosa. É mais barroca do que arquitectura civil, visto que vem num contexto de contra-refoma. Ex. Igreja de Val-de-Grâce.
A escultura revela uma forte influência do renascimento, rejeitando o barroco. Destaca-se a influência de Bernini na expressão. Do clássico assimila o realismo, riqueza anatómica, expressão serena; e do barroco linhas serpenteadas, gestos cénicos, pajenamentos ondulantes. O principal escultor de Versalhes foi François Girason.
A pintura nunca foi verdadeiramente barroca, revela tendências classicistas no tratamento da forma, composição, figuras e cor. A formação romana adquirida pelos pintores nas academias revela influência de Caravaggio no tratamento da luz. Destaca-se Poussin (harmonia, beleza ideal, espiritualidade), Lorrain (harmonia, maravilha, luz, dourado, paisagem irreal, emoção) e Tournier (naturalismo e luminosidade, carácter místico).
Destaca-se o Triunfo de David e a Descida da Cruz.
A França nunca chega a ser verdadeiramente barroca. Manteve sempre o gosto pelo classicismo.
FALTA MAIS BARROCOS (nao sao tao importantes)
Barroco Espanhol
O barroco foi bem aceite em Espanha, visto que esta mantinha uma forte tradição cristã, na qual a contra-reforma encontrou condições para uma fácil implantação, bem como a presença de uma monarquia absolutista.
Na arquitectura o exemplo disso é o Mosteiro de San Lorenzo d’el Escorial, de modelo idêntico a Versalhes, com influencias clássico-romanas, com os conceitos vitruvianos e esquemas geometrizantes, bem como algumas características árabes na decoração. Sta construção conciliou os conceitos de poder divino e poder temporal.
A arquitectura tem como objectivo suscitar a fé e o fervor religiosos, sendo a obra mais simbólica a fachada da Catedral de Santiago de Compostela, extremamente decorativa, aponta para uma influência gótica. Churriguera é considerado o mais barroco dos arquitectos, dando origem a uma corrente. O churriguerismo, caracterizada pelo uso abundante da decoração. O barroco/churriguerismo exporta-se para a América Latina misturando-se com a arte dos povos pré-colombianos.
A escultura está aliada também á contra-reforma. Salientam-se as escolas regionais de Valência, Sevilha, Catalunha, Granada e Madrid. É de um grande carácter místico, com a noção de naturalismo ascético. Há o predomínio da madeira poli cromada aplicada a retábulos extremamente exuberantes.
A pintura é sobretudo religiosa e faz sentir a influência italiana nos contrastes da cor e tratamento de luz.
Destaca-se Ribera (influência Caravaggio, sensualidade, dramatismo, modelos gente comum, realismo), Velazques (pintor da corte, jogos espaciais, mancha, múltiplos focos, ex. As Meninas), Murillo e Zurbaran.
Portugal
O barroco em Portugal coincide com um tempo difícil na situação politica e económico-social. Os tempos de maior esplendor encontram-se no reinado de D. João V e D. José I (correspondem ao tempo do absolutismo régio e importações de ouro e diamantes do Brasil).
A corte de D. João V vai ser corte de imitação da corte de Versalhes (barroco pleno). Algumas das construções são o aqueduto das Águas Livres e o Convento de Mafra.
A arquitectura é um prolongamento do maneirismo. Seguia as indicações do Concílio de Trento. A arquitectura religiosa é simples no exterior, a verdadeira demonstração barroca está no interior. Plantas rectangulares, fachadas, simples com duas torres, sobriedade decorativa.
O barroco pleno está na decoração de interiores 8como altares), através dos retábulos e talha dourada. São utilizados elementos arquitectónicos internacionais mas também nacionais como a talha dourada e azulejos joaninos. Há o predomínio do uso de materiais regionais como calcário (Lisboa) e granito (Porto)
Numa primeira fase há uma continuidade de linhas simples mas com uma excessiva decoração de interiores. Numa fase final a decoração exterior é maior, mas o interior continua a ser mais imponente.
Na arquitectura civil destaca-se os palácios (burguesia endinheirada) que são tipicamente barrocos.
A escultura destaca-se como arte de eleição do barroco. Numa primeira fase denota-se a influência espanhola (limiar do barroco). No barroco pleno há influências italianas e francesas (valores clássicos + barrocos). Destaca-se o uso da talha dourada ou poli cromada. Há o predomínio de estatuas de vulto redondo e baixo relevos decorativos e religiosos em madeira e barro. Na primeira fase destaca-se Manuel Pereira e na segunda Claude Laprade.
A talha dourada era essencialmente usada em altares, paredes, púlpitos, balaustradas, frisos, cornijas e tectos.
A pintura barroca é tardia em relação ao resto da Europa e como as outras artes divide-se em duas etapas.
Na1ª (XVII) denota-se a influência do tenebrismo espanhol de Ribera (devido ao domínio filipino), chama-se a fase protobarroca.
Na 2ª (XVIII) liberta-se da escola espanhola. Clareia-se a paleta. Há uma influência de Caravaggio (fase barroca).
A temática é sobretudo religiosa, retrato, natureza-morta. Á pintura de retábulos e móvel associa-se a pintura de tectos.
A azulejaria reveste paredes com temáticas laicas, a azul, branco e dourado sendo executada a trompe l’oeil. Destaca-se na 1ªa fase Domingos Vieira e Josefa d’Óbidos e no 2º Vieira Lusitano.
O barroco em Portugal coincide com um tempo difícil na situação politica e económico-social. Os tempos de maior esplendor encontram-se no reinado de D. João V e D. José I (correspondem ao tempo do absolutismo régio e importações de ouro e diamantes do Brasil).
A corte de D. João V vai ser corte de imitação da corte de Versalhes (barroco pleno). Algumas das construções são o aqueduto das Águas Livres e o Convento de Mafra.
A arquitectura é um prolongamento do maneirismo. Seguia as indicações do Concílio de Trento. A arquitectura religiosa é simples no exterior, a verdadeira demonstração barroca está no interior. Plantas rectangulares, fachadas, simples com duas torres, sobriedade decorativa.
O barroco pleno está na decoração de interiores 8como altares), através dos retábulos e talha dourada. São utilizados elementos arquitectónicos internacionais mas também nacionais como a talha dourada e azulejos joaninos. Há o predomínio do uso de materiais regionais como calcário (Lisboa) e granito (Porto)
Numa primeira fase há uma continuidade de linhas simples mas com uma excessiva decoração de interiores. Numa fase final a decoração exterior é maior, mas o interior continua a ser mais imponente.
Na arquitectura civil destaca-se os palácios (burguesia endinheirada) que são tipicamente barrocos.
A escultura destaca-se como arte de eleição do barroco. Numa primeira fase denota-se a influência espanhola (limiar do barroco). No barroco pleno há influências italianas e francesas (valores clássicos + barrocos). Destaca-se o uso da talha dourada ou poli cromada. Há o predomínio de estatuas de vulto redondo e baixo relevos decorativos e religiosos em madeira e barro. Na primeira fase destaca-se Manuel Pereira e na segunda Claude Laprade.
A talha dourada era essencialmente usada em altares, paredes, púlpitos, balaustradas, frisos, cornijas e tectos.
A pintura barroca é tardia em relação ao resto da Europa e como as outras artes divide-se em duas etapas.
Na1ª (XVII) denota-se a influência do tenebrismo espanhol de Ribera (devido ao domínio filipino), chama-se a fase protobarroca.
Na 2ª (XVIII) liberta-se da escola espanhola. Clareia-se a paleta. Há uma influência de Caravaggio (fase barroca).
A temática é sobretudo religiosa, retrato, natureza-morta. Á pintura de retábulos e móvel associa-se a pintura de tectos.
A azulejaria reveste paredes com temáticas laicas, a azul, branco e dourado sendo executada a trompe l’oeil. Destaca-se na 1ªa fase Domingos Vieira e Josefa d’Óbidos e no 2º Vieira Lusitano.
1 comentário:
É bastante interessante o modo como expõe a arte barroca.
Após ler tudo ainda fiquei com duas duvidas, e gostaria imenso que me ajudasse.
1 - De que forma a arte barroca esteve ao serviço da igreja católica para transmitir a sua doutrina?
2 - “Toda as formas de arte tinham uma dupla função: fascinar pelos sentidos e veicular uma forte mensagem” - nao entendi o que quer dizer com esta frase...
Obrigado
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