10 de junho de 2008

Renascimento

RENASCIMENTO – Cultura do Palácio

O final da idade média foi marcado por uma série de acontecimentos que vão abalar a sociedade europeia (trilogia negra), enquanto que simultaneamente a igreja entra na sua maior crise e Constantinopla é tomada pelos turcos otomanos, de modo a que os artistas e intelectuais bizantinos se vêm forçados a retirar para Itália, levando consigo a tradição cultural e artística do “quattroccento”.
O renascimento nasce desta situação de renovação ao nível demográfico 8mais natalidade com o fim da trilogia negra), social e politico (período áureo para a burguesia, não havia domínio do rei, rivalidade entre ducados e republica resulta em grandes criações artísticas), económico (maior poder de compra influencia as artes). Surge o mecenato, um apoio ás artes e letras de alguns nobres e burgueses.
Com o Renascimento surgem valores inspirados na antiguidade clássica – individualismo 8atropocentrismo) que aponta para as necessidades do homem, surgindo assim o espírito crítico, da análise e reflexão dessa necessidade; o classicismo, inspiração nos modelos clássicos e interesse pela natureza, método experimental, ordem, racionalidade; e humanismo (ligado á individualidade, valoriza o homem e a realidade como algo de concreto e não metafísico). Estes valores, que fomentam o espírito crítico, levam á cítrica de costumes e crítica á autoridade da igreja, dai surge a Reforma Protestante (interpretação livre da bíblia, salvação pela fé e não pelas obras, abolição do clero e culto dos santos), Martinho de Lutero (protestante) revolta-se contra a venda de indulgências praticada pelo papa Leão X, para ganhar fundos para terminar a capela Sistina.
Em resposta á reforma protestante, a Igreja Católica criou novas ordens religiosas e a Companhia de Jesus (novos fundamentos: pobreza, castidade, obediência ao papa e cruzadas), o Concílio de Trento tratou da reforma disciplinar da igreja e delineou a estratégia da Contra-Reforma. Segundo esta limitou-se a leitura da bíblia ao latim (vulgata); o homem possui livre arbítrio sendo responsável pelos seus actos e pode alcançar a salvação através da fé e obras; os 7 sacramentos são sinais de graça; na eucaristia havia transubstanciação e devia-se prestar culto aos santos e á virgem. Como medidas repressivas a Igreja criou o índex e restabeleceu o Tribunal do Santo Ofício.
O renascimento surge então em Florença, nos finais do séc. XV e inicio do XVI devido aos seus ideais, culto das artes e situação económica favorável.



personalidades



Giotto e van Eyck – pintura
Miguel Angeli e da Vinci – escultura
Vasari
Bramante

ARQUITECTURA

Para a evolução da arquitectura renascentista foram fundamentais 5 aspectos: a descoberta em 1415 do Tratado da Arquitectura de Vitrúvio, que depois se traduziu na Bíblia de Arquitectura, que sistematizava os seguintes aspectos, ordem (geometrização e organização), disposição, proporção, conveniência (utilidade) e euritmia (justa proporção entre as partes de um todo).
Leon Battista Alberti vai organizar estes conceitos e desenvolve-los lançando base para uma arquitectura racional e científica.
Para além das características vitruvianas, a arquitectura assume concepções estéticas e técnicas de raiz clássica, harmonizadas com um ideal cristão e individualista; o conceito de arte/artista vai estar equiparado a outras actividades intelectuais próximas das ciências; o artista é um intelectual livre, dono das suas obras (direito a autoria), os métodos de trabalho são apoiados na geometria, matemática, anatomia, todos os trabalhos eram projectados com um nível técnico. Há um renascer de valores da cultura greco-romana (arcos, colunas, cornijas, geometrização, simplicidade, frontões…), a arquitectura vai despegar-se de tudo o que é decorativo e supérfluo, adquirindo planta central ou em cruz latina com cobertura em abobada, cúpulas e semi-cupulas. Durante este período dá-se uma grande importância á utilização do quadrado e circulo 8figuras geométricas), que na sua perfeição reflectem a superioridade da qualidade de Deus.

ESCULTURA

A escultura está liberta dos condicionalismos arquitectónicos e afirma o seu valor monumental (não condicionada pelo suporte) ganhando riqueza anatómica e realismo, havendo assim uma grande liberdade de posições e movimentos (ex: pietá). Há uma maior exploração da capacidade expressiva do homem – retrato. Perdura um grande domínio técnico (conhecimento dos materiais e das metodologias específicas). As noções de proporções são rigorosas apontando para composições piramidais e desenhos projectuais que pretendem dar formas, posições e movimentos.

PINTURA


Giotto e Van Eyck foram os primeiros a lançar bases para a pintura renascentista. A pintura vai conquistar uma grande importância no Renascimento. Há uma noção de perspectiva (3planos) para intensificar o realismo (procura de realismo rigorosa). A utilização da pintura a óleo vai permitir a exploração do volume e transparências.
Altberti afirma “um quadro é uma janela para o mundo”, em função desta afirmação temos uma nova concepção espacial, sempre com posições equilibradas.
Há uma grande monumentalidade e volumetria, principalmente dos corpos (correcção anatómica, são incluídos elementos arquitectónicos e motivos escritórios clássicos como em A escola de Atenas, colunas e arcos). Assim como na escultura, é dada uma grande importância ao desenho, acentuando o realismo dos acessórios (brilho, ilusões luminosas nas texturas e vestes) e há uma maior riqueza cromática da paleta, bem como um jogo entre tonalidades claras e escuras.

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