10 de junho de 2008

naturalismo, realismo, impressionismo neo impressionismo

Um novo olhar sobre o real

Após a década de 30 do séc. XIX as primeiras crises económicas do capitalismo industrial já se tinham feito sentir, o movimento operário começa a organizar-se em crescentes greves e manifestações e a situação económica complica-se em quase todos os países. Estes acontecimentos enchiam as páginas dos jornais levando as novidades a um número cada vez maior de pessoas. Assim o interesse pela realidade foi ganhando terreno, em correspondência com o maior racionalismo e materialismo da vida quotidiana.
Estes factos reflectiram-se também na arte determinando uma das mais importantes viragens desde o renascimento.

NATURALISMO e REALISMO


O interesse dos artistas pela realidade visível manifestou-se primeiramente em França com um grupo de jovens pintores nos anos 30 do séc. XIX, que abandonou a cidade e o academismo da época para se instalar em plena floresta de Fontainbleau (Barbizon) onde desenvolveu uma pintura da natureza.
Os pintores da “escola de Barbizon” foram os iniciadores do naturalismo, marcando o interesse pela representação do real visível em paisagens e algumas cenas do quotidiano, libertando a arte do sentimentalismo exagerado do romantismo.
Destaca-se como maior naturalista Corot.
Influenciado pela pintura de Barbizon surge um outro estilo na arte europeia, o realismo.
A pintura realista esteve ligada a conceitos sociais e políticos que marcaram França: crise económica, revoltas operarias… visou a captação da realidade social da época.
Muitos destes pintores realistas usaram a fotografia como meio auxiliar para os enquadramentos da composição.
As técnicas pretendem ser fieis á realidade, no entanto o resultado não foi a copia do real, porque ao reagir contra o rigor das academias tiveram tendência para simplificar o claro/escuro.
Courbet foi o maior realista, seguido por Daumier e Millet.
Fruto das contradições históricas que o geram, o realismo expandiu-se por toda a Europa e conheceu também algumas realizações na escultura.
IMPRESSIONISMO

A pintura impressionista teve origem entre os anos 60 e 70 do séc. XIX, entre um grupo de jovens pintores (Monet, Renoir, Basile, Cezanne, Pissarro e Sisley) que se encontraram na academia Suiça em Paris e se unem pelo interesse contra a pintura académica á qual contrapõem a pintura feita em locais ligados á vida citadina que mostrava as mudanças da luz e da cor ao longo do dia. Mas a pintura reflectia também as suas personalidades.
Estabilizadas a agitação social e económica que vigoravam, França conhece um período de florescimento cultural.
Antecedentes do impressionismo: fotografia (contribui para definir as relações entre a arte e o mundo das percepções ópticas), japonesismo (estampas japonesas inspiravam novos temas, cores frescas e traço vivo) e escola de Barbizon e Courbet (inspiraram os pintores impressionistas pela técnica e temática quotidiana).
O nome impressionismo surge pela mão do crítico de arte Leroy aquando da exposição de uma obra de Monet, Impressão do sol nascente.
Os impressionistas, influenciados pelas descobertas sobre a luz e cor, vão procurar as margens dos rios para reproduzirem efeitos de luz sobre a água. Entendiam a realidade em constante mutação e a pintura deveria ser capaz de traduzir essa ideia de mudança.
A arte impressionista foi uma arte de ruptura que privilegiou a investigação experimental, rompendo com os convencionalismos académicos, na busca por uma pintura mas intuitiva e espontânea realizada perante a percepção, tinha como interesse captar a luz e os seus efeitos nos objectos, pessoas e natureza. A pintura executa-se perante o motivo, o que leva os pintores a preferirem a pintura ao ar livre, negando a racionalização da arte.
As cores eram aplicadas em pinceladas rápidas em forma de vírgulas ou interrompidas, com base nos estudos da cor e do espectro solar. A partir de agora as cores passam a ser comercializadas em tubo e não artesanalmente, sendo assim aplicadas directamente na tela. Aboliu-se os tons cinzentos, privilegiando as transparências e luminosidade, é utilizada a lei das cores complementares. Estas técnicas vão criar obras rugosas e não racionais.
As temáticas são paisagens urbanas ou rurais, amigos e vizinhos, hábitos/defeitos da pequena burguesia e cenas de interiores. Para os impressionistas o importante era a técnica e não a temática.
O grande mentor do impressionismo foi Manet, mas foi Monet o mais impressionista. Degas manifesta interesse com as suas cenas de bastidores da ópera e Renoir com o nu feminino e lazeres da burguesia.
Assim o impressionismo não constituiu um movimento homogéneo, mas uma corrente que permite o individualismo de cada autor.




NEO-IMPRESSIONISMO



Entre as críticas ao impressionismo estava a acusação de não executar com rigor a teoria da cor, dizendo mesmo que chegavam a negligenciar a aplicação das cores puras (pinceladas sobrepostas sujavam as cores). O desejo de fazer evoluir o impressionismo de acordo com a teoria das cores originou o neo-impressionismo.
Surgiu de uma técnica descoberta por Seurat, o pontilhismo e o divisionismo (minúsculos pontos que não são misturados mas são colocados uns ao lado dos outros, de acordo com a lei das complementares, que se deveriam misturar a uma certa distância aos olhos do espectador).
A obra deixa de ser uma impressão fugaz e passa a ser uma construção rigorosa de cores, formas e linhas passando a luz para um plano secundário.
A temática continua a ser da vida citadina, paisagens marítimas e diversões. São agora executadas em grandes telas em atliers a partir de estudos ao ar livre.
Para alem de Seurat, distinguem-se Pau Signac e Pissarro em algumas obras.
O neo-impressionismo vai ser uma evolução do impressionismo que era considerado um pouco primário e curto de ideias. Em 1884 cria-se um novo salão de recusados, o chamado salão dos independentes, que seria um local de exposições neo-impressionistas e mais tarde pós-impressionistas.

Romantismo

ROMANTISMO – Cultura da Gare

O séc. XIX foi marcado por uma série de rupturas, contradições e esperanças que contribuíram para o aparecimento de uma nova Europa e Américas.
A batalha de Waterloo, que marcou a derrota de Napoleão, levou á formação de uma Santa Aliança e organização do congresso de Viena que pretendia redesenhar o mapa da Europa. O congresso culmina com a assinatura do tratado de Paris, onde se reconhece o direito á monarquia a Luís XVIII, que leva ao aparecimento de uma nova França a todos os níveis. A juntar a este panorama político surgem dificuldades económicas que resultam em revoltas populacionais e desenvolvimentos de nacionalismos, o que incentiva povos anexados a outros a reclamar independência.
A burguesia e o operariado são quem impulsiona estes movimentos, quando adquirem consciência de classe, organizaram sindicatos e reivindicaram através de greves melhores condições. Surgem forças ideológicas de anarquia e socialismos utópicos, que lutam contra a dicotomia capitalismo/miséria do operariado, e o comunismo de Hegel (poder do operariado).
A sociedade burguesa, industrial e urbana e a classe média apostaram na vida moderna. Neste contexto as cidades aumentam e são reformadas. É neste período que se assiste á generalização da instrução primária e difusão da imprensa. Os valores do positivismo e cientismo vão estar sempre presentes e dão origem a novos inventos e exposições universais. Foi também este o período do triunfo das democracias liberais e do liberalismo económico.
A revolução industrial, de extrema importância, deu-se a grande velocidade, transformando a economia e as sociedades do mundo moderno, quando aplicada aos sistemas de produção e transportes. A criação dos caminhos-de-ferro contribuiu para o desenvolvimento da economia, formação de novas cidades, novos empregos, avanço cultural e facilitou deslocações da população. “Á gare tudo afluía”. A gare vai ser a nova porta da cidade, facilitando o crescimento desta a todos os níveis. A gare tornou-se o “salão”.
O romantismo surge neste contexto de mudança, marca a ruptura com os cânones clássicos, é uma reacção ao neoclassicismo.
ROMANTISMO

Como reacção ao neoclassicismo formou-se uma forte corrente que marca a ruptura com o clássico, apelando á exaltação das emoções e sentimentos. Apela também á originalidade, procura de extremos, ao sobrenatural, á melancolia e ao cruel. Caracteriza-se por cultivar a fantasia, o sonho, a evasão para mundos exóticos, a exaltação da natureza, do panteísmo e pansexualismo.
Este foi um estilo que marcou as contradições da sua época. Os românticos são seduzidos pelo passado medieval, pela natureza e pelo exotismo de outras culturas, o que se vai reflectir na arte.
O romantismo defende que a arte não se atingia através das regras académicas, que era sim um produto da imaginação de cada um.


ARQUITECTURA

O romantismo marca a ruptura com a tradição clássica. Assume-se como uma corrente artística por toda a Europa com especificidades dos vários enquadramentos históricos e vivências.
A arquitectura despreza os valores clássicos das academias dando preferência á irregularidade e volumetria com efeitos de luz, movimento de planos e decoração pitoresca que estimulassem a imaginação e os sentidos e convidassem o sonho e a fantasia.
A arquitectura deveria ser capaz de provocar sensações. Marcou a passagem da “forma medida” (neoclassicismo), para a “forma sentida” (romantismo). Tem maior preocupação com a forma e decoração que com os aspectos técnicos.
Utilizam materiais da industrialização como o ferro (decoração), vidro, aço, tijolo vidrado e os materiais “nobres” madeira e pedra (gosto pela natureza).
A arquitectura romântica não criou um novo estilo no sentido pleno do termo. Promove antes o estudo e reprodução de estilos de épocas passadas, através de revivalismos historicistas, o que se explica facilmente pelo próprio contexto histórico: interesse pela história e pelas tradições nacionais.
O revivalismo principal foi o neogótico (interesse pela idade média). Nasceu em Inglaterra (palácio do Parlamento – verticalidade das torres, torreões, pináculos e cúpulas – irregularidade das torres é romântico), estendendo-se a França, Alemanha e EUA. Ao longo do séc. XIX criaram-se outros revivalismos como o neo-românico, neo-renascentista, neo-bizantino e neo-barroco, assistindo-se assim a um Carnaval de estilos 8revivalismos exagerados), que acabou por resultar numa outra tendência, os ecletismos que combinam vários estilos num edifício (ex. ópera de Paris).
O gosto pelas culturas exóticas deu ainda á origem de exotismos: neo-árabe, neo-bizantino e neo-hindu, bvem como estilos de influencia oriental, próprios desta época com



Portugal

Entrou tardiamente em Portugal, meados do séc. XIX, pela mão de um estrangeirado, marido de D. Maria II.
O 1º edifício romântico foi o Palácio da Pena (neogotico, neomanuelino e neobizantino).
Os revivalismos tiveram um forte carácter nacionalista afirmando-se através do neomanuelino.
Palácio do Buçaco, Estação do Rossio, Palácio da Regaleira, Câmara Municipal de Sintra – revivalismos. Praça de Touros e Salão Árabe – exotismos.


PINTURA

A pintura foi a arte em que o ideário românico melhor se expressou. Nasceu da pintura pré-romântica e recebeu influências dos nazarenos e dos pré-rafaelistas.
Quebrando as regras do academismo neoclássico, os pintores românticos criaram universos imaginários onde o fantástico, o exotismo e o sonho são realidades tidas como possíveis em oposição á existência do quotidiano monótono e repetitivo.
Os artistas lutaram pela livre expressão do eu pessoal dando largas á imaginação, dai a pintura ser individualista e diversificada do ponto de vista estilístico.
As temáticas são históricas, literárias, mitológicas e de retrato de figuras populares e anónimas. Os temas inovadores são temas da actualidade da época, temas inspirados no sonho, no onírico, nas tradições populares, nos exotismos, na vida rural e paisagem.
A pintura é marcada pela espontaneidade e individualismo, ainda muito influenciada pelo academismo neoclássico no tratamento realista e no claro/escuro, mas emancipa-se pela maneira como sobrevaloriza a cor. Em certos autores, essa emancipação traduz-se na simplificação do desenho e bidimensionalidade no tratamento do claro/escuro.
Os traços estilísticos comuns na pintura são intensos efeitos claro/escuro, prevalece a cor sobre o deesnho linear, uso de óleo e aguarela, pinceladas larfas e espontâneas, composições movimentadas e figuras humanas que não obedecem aos cânones clássicos.
Destaca-se Delacroix, Turner e Goya.



Portugal

Entrou tardiamente em Portugal, chega por influências de alguns artistas estrangeiros.
Manifesta-se sobretudo na pintura de género e paisagens, pelo que se confundiu com o naturalismo.
Entre as temáticas mais praticadas estão a pintura histórica, vida rural, costumes populares, paisagem, cenas místicas e retrato.
Destacam-se Augusto Roquemont, Luís Pereira Meneses e Tomás de Anunciação entre outros.
ESCULTURA

A escultura acaba por não ter um impacto tão grande como as outras artes, até porque o seu processo de concepção/execução é o mais demorado, limitando assim a espontaneidade própria do romantismo.
As temáticas são inspiradas na natureza, carácter alegórico e fantasista, temas históricos e líricos.
Nas formas de expressão evidenciou-se as composições estáticas e procurou-se exaltar a expressividade através de composições movimentadas e de sentido dramático e de corpos realistas com expressões carregadas de sentimento. O material principal era mármore, mas também havia algum bronze.
Destacam-se os franceses Pérault e Carpeaux.

Portugal

Destacam-se Vítor Bastos (obra exalta heróis nacionais como Camões, símbolo da pátria) e Costa Mota Tio (monumentos nacionalistas).

Rococó e neoclassicismo

CULTURA DE SALÃO – Rococó e Neoclassicismo. Marca o fim do antigo regime e início de uma nova era, mudança provocada pela revolução francesa.


Após a morte de D. Luís XIV, Luís XVI (bisneto) tenta manter a França de domínio político, social e económico, mas devido a um novo contexto não vai conseguir.
Há outras potências (Inglaterra, Holanda, Alemanha) que também querem vingar a estes níveis. A França vai impor-se a estas potências gerando o primeiro grande conflito á escala mundial – guerra dos 7anos, na qual França vai sofrer sucessivas derrotas.
Luís XVI consegue preservar o luxo da corte, mas um luxo de salão, símbolo de jogos de sedução, mas também de discussões literárias, das artes ou da ciência. Destaca-se a importância das Damas (mulheres aristocratas que desenvolvem uma significativa actividade cultural). A diferença entre a corte de Luís XIV e Luís XVI é que na segunda se privilegia conhecimento cultural. O terceiro estado critica a corte por serem eles a sustentar este luxo (impostos).
Um contexto de iluminismo, revoluções, crescimento demográfico, desenvolvimento científico e agrícola e aparecimento do raciocínio e renovação do método experimental vão permitir novos valores políticos, morais e sociais, que inalciam a razão, o progresso e a fé na modernidade – espírito positivista. “Tempo dos homens iluminados, cultos e informados na ética do conhecimento e da razão”.
Luís XVI sobe ao poder numa situação politica e económica caótica e num clima de insatisfação popular. Dá-se a revolução francesa cujo lema era “liberdade, igualdade e fraternidade” (intenções dos iluministas). Da revolução surge um novo espírito republicano, democrático, laico e burguês. A divisão dos poderes legislativos, judiciais e executivos levam á alteração das estruturas sociais (-nobreza e clero e +burguesia) e politicas (fim da monarquia absolutista). O liberalismo surge em função deste novo espírito.
O conjunto de factores demográficos, científicos e sociais vão conduzir ao arranque da revolução industrial em Inglaterra.
A revolução francesa divide-se em duas fases. A primeira é o início do processo revolucionário (abolição dos privilégios feudais e aprovação da Declaração dos Direitos do Homem) e a segunda é a fase do terror (rei, rainha e cidadãos guilhotinados). Nesta fase vai emergir a figura de Napoleão, que devido ao seu papel de defesa da França em campanhas expansionistas rapidamente ascende a imperador. Após varias batalhas sofre uma grande derrota, a qual resulta na invasão de Paris pelos exércitos aliados da Rússia. Napoleão é exilado no mediterrâneo, mas com o apoio de alguns burgueses regressa secretamente a França e nomeia-se governador. É o governo dos 100 dias. A batalha de Waterloo põe fim ao seu domínio tirano. Vai ser proclamada a restauração da monarquia e sobe ao trono Luís XVIII.
A sociedade de setecentos (XVIII) é marcada pela estética iluminista. Os artistas não vão apresentar uma unidade conceptual e estilística, cada estado, nação ou região produz o seu estilo de arte.
Podem-se delinear dois grandes centros de aprendizagem Roma (de formação clássica – neoclassicismo) e Paris (centro de novidades estéticas e artísticas, rococó dá continuidade ao barroco, mas evidencia-se como uma revolta contra as regras da arte do séc. XVII e contra o classicismo de Luís XIV).
personalidades

Napoleão – imperador
Luís XVI – rei
Rosseau – filosofo
ROCOCÓ

É um estilo de carácter caprichoso e evasivo. Vai encontrar no espírito de liberdade da sociedade cortesã um terreno fértil para proliferar.
Nasceu em França (1715-1774) do espírito tolerante, crítico e individualista que caracteriza o homem do século das luzes.
Provem da palavra rocaille evidenciando o gosto por elementos naturalistas e grotescos como as conchas e elementos marinhos.
É uma arte criada para as elites aristocratas intelectuais.
A sua arte fugiu ás imposições canónicas das academias, defende a criatividade individual, excentricidade e os prazeres da vida. Manifesta-se essencialmente através da decoração de interiores podendo ser caracterizada como um estilo leve, elegante e refinado, de cores suaves, linhas delicadas, sinuosas e caprichosas, em oposição á imponência barroca. Dá atenção aos interiores dos hotêls através do mobiliário, cerâmica, ourivesaria, tapeçaria e Belas-Artes.
É um estilo que predominou na Europa até á eclosão do mundo contemporaneo.

ARQUITECTURA

Foi na Alemanha e na Áustria que foram criados os mais belos monumentos desta corrente.
Os seus princípios são: a diferenciação dos edifícios de acordo com a sua função, dai a atenção dada aos espaços e á sua decoração; estruturas arquitectónicas de traçado simples (exterior), interior deve proporcionar comodidade e intimidade, uso de elementos decorativos barrocos (linhas ondulantes, irregulares mas de um modo mais liberto e sensual acrescido de novos elementos como conchas, algas, rochas e chinesices) e o uso de materiais fingidos (falso mármore – escariola – madeiras e estuques pintados).
A arquitectura civil (hotêl e château) foi a que mais beneficiou destes princípios. Sem a monumentalidade barroca, estes edifícios têm só dois andares baixos e apresentam exteriormente fachadas alinhadas e alisadas, banindo os elementos decorativos e tornando os telhados em telhados de duas águas; mantêm-se as balaustradas, entablamentos e cornijas, as portas-janelas são de maiores dimensões; a decoração concentra-se nas portas e janelas, consolas e arcadas, usa o ferro forjado para grades nos jardins, lagos e portas e integram-se os jardins no cenário arquitectónico, com grandes relvados, arvoredos, esculturas, lagos e locais de reunião e festa. O interior centra o plano das habitações no salão principal distribuindo o resto das divisões em função deste. As divisões são baixas e pequenas com janelas, portas, espelhos e lustres, sendo decorados por móveis variados. As paredes são cobertas de riquíssima, mas exagerada decoração, com cores claras onde sobressai o dourado e o prateado. Os limites das paredes despaparecem sob esta decoração profusa. Há um “horror vácuo” que é aceitável devido á graciosidade e elegância das linhas e tons.
O barroco coexistiu com o rococó, tornando-se vulgar um edifício ter uma estrutura e exterior barrocos e decoração rococó nos interiores.
A arquitectura religiosa é bem representada na Alemanha e Áustria onde surgem igrejas com plantas longitudinais e complexas, com exteriores simples, mas que exageram no número de janelas. Há uma utilização extrema da ornamentação. Ex. Igreja de Wies.

ESCULTURA

A escultura barroca aproxima-se da estética barroca pela expressão plástica, mas opõe-se a esta pelas formas, conteúdos e objectivos.
Há a presença de novos cânones estéticos, continua-se a acentuar as linhas curvas e contra-curvas tornando-as mais delicadas e fluidas, estilizadas em C e S, ou ainda em contracurvados duplos. As figuras adquirem corpos alongados o que lhes confere leveza e graciosidade nos gestos. Mantém-se os grupos escultóricos (com movimento e ritmo) mas surgem novos géneros escultóricos como a integração da escultura decorativa na arquitectura e a estatuária de pequeno porte (biblot). A originalidade manifesta-se também nos novos materiais como o bronze, prata ouro, mármore, estuque, gesso, argila e biscuit (ex. presépios).
Quanto á temática abandonam-se os temas nobres tornando a escultura irónica, sensual, erótica e galante. Há a presença de temas mitológicos mas com deuses menores e temas profanos. A estatuária religiosa so esta presente na Alemanha.
A arte do rococó reflecte uma nova maneira de sentir e viver a arte, “a arte pela arte”.



PINTURA


A pintura foi o reflexo da sociedade aristocrata e festiva do tempo do barroco. Abundaram os temas da vida aristocrata, como as festas galantes, o retrato e também temas mitológicos.
A pintura sobre tela apresenta composições rítmicas e exuberantes, com ornamentos ligados ao mundo marinho (conchas e ondas). Quanto ao cromatismo, este é baseado em azuis e rosas (tons pastel).
França é o país mais impulsionador do rococó, de onde se destacam Watteau e Boucher.
A pintura é marcada por uma certa sensualidade e erotismo das figuras femininas. A técnica é conseguida através de pinceladas rápidas que dão ritmo e exuberância.
A pintura mural é quase inexistente. A que é feita é executada em trompe l’oeil dando movimento ilusório. Mantém-se o sotto in sù e criam-se jogos cromáticos e luminosos (característica do barroco).

DA EUROPA PARA O MUNDO

Itália

A arquitectura mantém-se barroca até ao séc. XVIII. O rococó limita-se á decoração de interior e á pintura mural. Nestas áreas sobressai o artista Tiepolo cuja pintura e clara e límpida, colorida, de tradição venesiana. A pintura sobre tela é a vedute, pintura de género que mostra o panorama da cidade. Destacam-se Canaletto e F. Guardi. Na escultura destaca-se o trabalho de relevo de Serpotta, que ás marcas do barroco junta o rococó, e Fillipo Valle que se destaca pelo alto-relevo (ex: a Anunciação).
Países Germânicos

Foi nos países germânicos que o rococó foi melhor aplicado tanto nos princípios estilísticos como no número de construções (devido ao poder politico e religioso que governavam as cortes).
O rococó resume-se a uma arquitectura de exteriores sóbrios e elegantes, e interiores com decoração a branco e dourado, repleta de pinturas murais representando ambientes festivos. (ex. palácio de Belvedere).
Suiça e Inglaterra

Reflecte-se estritamente na decoração de interiores e nas artes decorativas.
Em Inglaterra destaca-se a pintura, que apesar da influência de Watteau e Fragonard, atinge um desenvolvimento próprio no retrato, cenas com animais e crianças, pintura social e paisagem. Detaca-se william Hogarth.
Espanha

Resulta da influência do churriguerismo e de artistas franceses e italianos emigrantes.
Reflecte-se essencialmente na decoração de interiores dos salões dos palácios barrocos (ex. palácio real de Madrid). A arquitectura religiosa é carregada de ornamentação.
a pintura tem as mesmas influencias.
A escultura destaca-se o retábulo “transparente” de Narciso Tomé.


Portugal

O rococó em Portugal é de influência alemã, surge pelo norte (Minho, Braga e Douro).
Na arquitectura destaca-se André Soares, que se serve de uma ornamentação excessiva e flamejante, com conchas e vegetação fantástica, na fachada e no interior, e de uma correlação perfeita entre natureza/arquitectura. São associadas á arquitectura esculturas com alusões mitológicas com um toque rocaille e sensual. O palácio de Queluz – estrutura barroca com decoração rococó (balaustradas e estatuária).
Após o terramoto surge um novo estilo mais sóbrio, o estilo pombalino.
A escultura rococó entra na segunda metade do séc. XVIII e é representada pela escola de Mafra e Machado e Castro (autor da estátua equestre de D. José I). destaca-se a utilização da talha dourada: tendência Norte (+dinâmica, volumosa, decorativa e fantasista) e tendência Sul (austera, simples, prenuncia o neoclassicismo). É utilizado em altares, coches, bibliotecas e mobiliário.
A pintura não assumiu tanta importância como no barroco. São criadas em retábulos, tectos e retratos. Destaca-se Pedro Alexandrino.
A azulejaria (bem como a talha) destaca-se por ser um elemento nacionalista. Predomina o azul, branco e amarelo. É utilizado para revestimento e decoração.
Minas Gerais

A descoberta de ouro no Brasil criou condições para o desenvolvimento do Rococó na zona de Minas Gerais.
Destaca-se a participação de Manuel Francisco Lisboa, bem como o seu filho António Francisco Lisboa, o aleijadinho. O primeiro na arquitectura, e o segundo na escultura e na talha, cuja obra escultórica denota grande expressividade. É o escultor que fez arquitectura, conciliou o rococó e a talha poli cromada com a estrutura barroca harmoniosamente.
NEOCLASSICISMO

O neoclassicismo desenvolve-se num contexto semelhante ao rococó.
O fim do antigo regime vai dar origem a um regime liberal, a vida rural passa a urbana, a arte aristocrata passa a uma arte pública. É nesta época que se estrutura sociedade contemporânea, é abolida a sociedade de ordens do antigo regime e são implementados valores como igualdade (rev. francesa), bem como valores iluministas (filósofos das luzes – razão, liberdade, progresso e procura de felicidade).
A arte vai assimilar os materiais e técnicas da industrialização aos valores clássicos, movimentando-se conforme a velocidade dos novos inventos (1º a máq. a vapor e comboio 2º carro e avião). Devido ao facto de ser tudo tão veloz vão-se gerar ideias contrárias, que se revoltam com esta nova realidade. Contrarias á industrialização forçada, ás condições dos trabalhadores e ás imensas riquezas acumuladas pela burguesia em relação á pobreza.
O neoclassicismo é uma corrente artística gerada num contexto de transformação, surgido ao longo do séc. XVIII, acompanha o final da idade moderna e o início da época contemporânea.
As principais características e fontes de inspiração são greco-romanas e de raiz iluminista – crença na razão e no progresso – e a originalidade consiste em dar resposta ás necessidades da era. No plano cultural e científico há grandes referências ligadas ao iluminismo, universalismo, historicismo, cientismo e academismo. No plano político marca o fim do absolutismo e implantação do liberalismo e da civilização industrial e urbana.
Neoclassicismo tem duplo sentido de reacção ao barroco e rococó, contrapondo-lhes novos valores como simplicidade e austeridade, e também se assume como uma fase natural da evolução do classicismo, agora com dimensão mais racional e um valor mais universal.
Ajustou a tradição clássica ás novas realidades e ao novo cenário ideológico, político, económico, social e mental

ARQUITECTURA

A arquitectura foi aplicada em função dos valores greco-romanos que conseguiu transpor para a historia – engenhos e inteligentes soluções técnicas, simplicidade estrutural, clareza e regularidade das formas (planta e volumes), harmonia das suas proporções e elevado sentido estético.
Os valores que realça do classicismo são clareza, ordem, robustez, respeitabilidade e grandeza; valores estes que se ajustam ao programa dos intelectuais e filósofos da época. Tudo isto foi necessário para reformar as características da arquitectura da época (de exagero decorativo do rococó e barroco).
A arquitectura neoclássica procura conciliar a estética estrutural e formal clássica com os sistemas construtivos, as novas maquinarias e novos materiais. Para isso foi necessária uma maior preparação por parte dos arquitectos (formados no rigor do academismo e escolas politécnicas).
Mantém-se o uso de materiais tradicionais (mármore, madeira e pedra) mas adicionou-se a estes materiais da industrialização como a cerâmica, ferro fundido e vidro.
Quanto aos sistemas construtivos preferiram os sistemas mais simples – trilítico – mas a este soube aliar sistemas mais complexos (ex. coberturas c/vidro e ferro).
As plantas tem formas regulares e simétricas, com base no quadrado, triangulo e circulo. Das plantas erguiam-se volumes corpórios, maciços, definidos por panos murais lisos.
As coberturas ou remates são executados através de tectos planos (telhado de 2águas) em madeira ou estuque, ou em cúpulas.
A estrutura é de inspiração clássica (pórticos, colunas, entablamentos, frisos, frontões e tímpanos esculpidos), mas com originalidade, serve o presente ideário neoclássico – robustez, nobreza, sobriedade e monumentalidade.
Matem-se as tipologias de inspiração clássica (basílica romana, panteão e templos), mas surgem novas tipologias devido á crescente necessidade da vida social, politica e cultural (hospitais, museus, bibliotecas…). As construções religiosas passam para um plano secundário – sociedade laica.

França

Constituiu um dos principais núcleos do neoclassicismo. É uma das escolas mais expressivas devido ás recentes tendências clássicas presentes no barroco e rococó. Vai buscar inspiração ao ideário estético da Roma imperial.
É académico, formal e rigoroso, bem como inventivo e original.
Boullée e Ledoux são apelidados de visionários por criarem projectos utópicos baseados em esferas, cubos e cilindros.
Os primeiros neoclassicistas são Jacques-Ange Gabriel e Jacques-Geramin Soufflot (panteon nacionel).
Inglaterra

Esta difundiu a arquitectura através do neopalladianismo (baseado na arquitectura de Andrea Pallado), que se inspirou nos cânones renascentistas e maneiristas. Destacam-se Lord Burlington, Colen Campbell, Carr, Soane e Chambers.
Alemanha

Desenvolve uma escola caracterizada pelo rigor cientifico e formal e pela predominância da influenacia grega, da arquitectura dórica. Entre os mais famosos arquitectos estão Karl Gottfried e Karl Friedrisch.


Itália

Principais centros são Milão (influencias francesas) e Nápoles (apoio do mecenato).

Espanha

Edifícios de maior interesse estão na zona de Madrid em que forma efectuadas reformas urbanas e diversas obras públicas


Rússia

De influência francesa e alemã, é aplicado nas reformas urbanísticas de Sanpetesburgo.

América

O neoclassicismo norte-americano foi influenciado pela Inglaterra e arte grega, tornando-se o 1º estilo nacional dos americanos. Thomas Jefferson e William Thornton constroem diversas tipologias como bibliotecas, universidades, residências, igrejas e mansões.




PINTURA

Emergiu nos fianis do séc. XVIII até meados do séc XIX. Vai-se divulgar a partir de dois grandes centros paris (berço da revolução) e Roma (símbolo da tradição clássica), até onde os artistas viajavam para influenciar a sua formação.
A pintura vai buscar raízes ao iluminismo, humanismo, cientismo, individualismo, reagindo assim contra o barroco.
Partindo desses cânones, os pintores adoptaram formas racionais, austeras, simples e geométricas. Representam assuntos históricos, alegóricos, mitológicos, heróicos e o retrato.
A composição caracteriza-se por ser geométrica, com desenho rigoroso e linear; tratamento da luz e do claro/escuro muito elaborados; perfeccionismo técnico e predominância da linha do contorno e volume. Cores sóbrias e de tom frio, sem grandes variações cromáticas (apelo á razão). A estética imita a vida e a natureza através da idealização da realidade.
Entre os pintores destaca-se David, que fundou a Academia da pintura neoclássica francesa e cujo lema era “saber desenhar”; Gros, um dos seus seguidores; e Ingres, seu discípulo. Das obras de Ingres destaca-se o nu feminino, a sensualidade e o gosto pelo exótico.
A técnica dos grandes pintores constituiu uma base de regras que deram origem ao academismo de temas, técnicas e formas.
ESCULTURA

Na sequência do espírito do iluminismo, foi a arte clássica a eleita para servir de inspiração á escultura.
Os temas são históricos, literários, mitológicos e alegóricos, retratavam figuras semelhantes a deuses gregos e romanos.
A escultura apresentou um papel de glorificação e publicidade a políticos e figuras públicas (pedestrais, nichos, praças, casas, cemitérios).
Reproduziram com extrema exactidão as obras do período clássico, os corpos nus e semi-nus eram fieis á realidade, as expressões serenas, inexpressivas e impessoais, sem recorrer á criatividade do artista.
As obras são perfeitamente conseguidas e são baseadas em pequenas maquetas previamente estudadas. O material predilecto é o mármore branco (limpo, puro e material grego) e o bronze (menos).
Destaca-se Canova, Houdon e Thorvaldsen.
Roma e Paris foram mais marcantes mas chegou a toda a Europa.

Barroco

BARROCO – a Cultura do Palco

Impera no período de tempo entre 1618 e 1714, período conhecido como Antigo Regime. O séc. XVII será o prenúncio da sociedade moderna. Tempo de criação de um estado “moderno” como estrutura politica, económica e cultural autónoma, afirmando-se através das monarquias absolutistas. Abrange o período da reforma e contra-reforma, protestantismo (artistas orientavam o seu trabalho para uma pintura de género burguês) e catolicismo (artistas promovem trabalhos religiosos de grande impacto emocional).
O barroco vai servir o absolutismo, a arte barroca serve de propaganda e reforço ao poder político (festas e banquetes). Durante este período vão imperar grandes contrastes sociais (aristocracia/povo).
A arte barroca era uma arte urbana. O maior palco do séc. XVII em termos religiosos era Roma e em termos políticos Versalhes. O Papa Sisto V promoveu uma reforma urbanística adequada ao estatuto da sua cidade, abrindo amplas artérias, praças e mercados com obeliscos, esculturas e jogos de água, como decoração. Roma passa a ser sinónimo de cidade espectáculo: a arte dirigia-se ao público, o povo.
Há sinais de divergências políticas, por um lado a maioria dos países em regimes absolutistas, por outro alguns países a experimentarem regimes parlamentares (Inglaterra) e republicanos (Países Baixos).
Durante o séc. XVII registou-se um grande desenvolvimento capitalista (investimentos privados), sendo aplicadas medidas mercantilistas, desenvolvido o comércio e a Marinha e a Holanda ter-se tornado um grande centro económico-financeiro.
Luís XIV, rei francês (Rei Sol), cria uma corte extremamente luxuosa, e num período de guerras, fome, epidemias e conflitos sociais, conseguiu ser um modelo de imitação de muitas cortes absolutistas. Versalhes é o exemplo. A corte simboliza o poder real e Versalhes é considerada a universalidade. O palácio de Versalhes é o primeiro dos palcos onde o rei se apresenta como o principal actor. Destaca-se a importância das festas e banquetes, moda, teatro, ópera… Realça-se a importância da Academia Real de Pintura e Escultura de Paris e a Academia Real de Dança. Surge a corte régia com a qual Luís XVI regulamentava as dependências sociais da aristocracia, através deste código comportamental orienta-os para a obediência á pessoa do rei através de cerimónias específicas, em troca o rei concedia-lhes cargos> rei controla.



personalidades




Luís XIV – rei sol
Bernini – arquitectura e escultura
Borromini – arquitectura
Giradon – escultura
Caravaggio – pintura
Carraci – pintura
Ribera – pintura








ARTE BARROCA

A arte Barroca é mais um gosto que um estilo. É uma arte de ilusão e engano, que traduz as convulsões do seu tempo (guerras, conflitos sociais e religiosos).
Todas as formas de arte se destinavam a uma dupla função: fascinar e veicular uma mensagem ideológica.
Dirigiu-se ao grande público, destinando-se a persuadir e estimular emoções pelo movimento curvilíneo, real ou aparente, pela busca do teatral, cenográfico, infinito. É alegórica, urbana e busca o êxtase.

ARQUITECTURA


O barroco arquitectónico nasceu da reconstrução que os Papas da contra-reforma executaram em Roma. Serviu inicialmente as directrizes do Concílio de Trento, daí o grande número de igrejas construídas, expandindo-se para o Oriente e América.
Serve o Antigo Regime, valorizando a imagem do Rei e ostentando o seu poder através de luxuosas cortes e construções. Consolida-se a associação entre arte e poder.
O barroco nasceu dos contactos com a Antiguidade e com o Renascimento definindo uma arte nova e original em termos decorativos – mais imaginativo, fantasista e cénica. Utilizavam as ordens clássicas renascentistas (+coluna torsa), a mesma gramática formal e a mesma regra construtiva assente nas proporções.
A arquitectura alia-se à escultura, pintura, jardinagem e jogos de água, criando uma ilusão de movimento e de um espaço maior. O movimento curvilíneo e o uso de jogos de luz/sombra acentuam a busca pelo infinito e reforçam o efeito cénico pretendido. Os elementos construtivos são usados como elementos puramente decorativos, o uso de frontões reforça o movimento de ascensão das fachadas. Os primeiros arquitectos barrocos foram Bernini e Borromini com a basílica e praça de S.Pedro.

Religiosa

As grandes alterações da arquitectura religiosa foram motivadas pela necessidade de adaptar as igrejas ás exigências impostas pelo Concílio de Trento. As primeiras igrejas eram de dimensões modestas, mas foram as de grande dimensão que prepararam as linhas orientadoras para a arquitectura barroca. O poder papal e o poder real preocuparam-se em erguer luxuosas igrejas.
Plantas de uma grande diversidade formal e imaginativa, baseadas em formas curvas, elípticas ou ovais, irregulares ou estreladas. As de nave única são rectangulares ou elíptico-transversais.
As paredes são côncavas e convexas para se adaptarem aos desenhos das plantas formando paredes ondulantes criando surpresa e efeitos luminosos. São cobertas por estuques, pinturas e retábulos em talha dourada criando a ilusão de um espaço maior, ligando parede e tecto.
Quanto aos sistemas de cobertura mais usados são as abóbadas e cúpulas colossais. A cúpula barroca é original porque prolonga harmoniosamente as paredes (noção de infinito).
As fachadas seguiam o esquema renascentista no qual o corpo central é rematado por um frontão que acentua a verticalidade. Mas tarde aparecem mais caprichosas, com formas onduladas e uma irregularidade bizarra.
A decoração interior das paredes e cúpulas aumenta o movimento cobrindo-se de pinturas a fresco (ondulações trompe l’oeil). Aos frescos estão associadas mármores poli cromados, talha dourada, esculturas, retábulos e telas.
A decoração em geral esconde as estruturas arquitectónicas.
Civil

Limita-se á construção de palácios citadinos e villas, que serviam o poder capitalista, a afirmação de nobres e alta burguesia.
A planta era em U ou duplo U. A fachada e a parte mais importante do palácio, erguia pilastras colossais do rés-do-chão ao segundo andar. O corpo central e a porta tinham maior decoração que os corpos laterais, que copiam os modelos das fachadas das igrejas. Os jardins dão uma dimensão diferente ao edifício, são espaços de ostentação e luxo. As escadarias e galerias dão uma maior volumetria ao edifício.
O interior tem grandes salas de festas, galerias e escadarias com lanços simétricos, decoração e cenografia são teatrais. Sendo esta uma arte urbana, as cidades possuíam ruas e avenidas rectas, largas praças jardins luxuosos e fontes extravagantes.
A sociedade era festiva (havia festa em qualquer ocasião minimamente significativa).
Havia o predomínio da preocupação urbanística, que teve como protótipo Roma.
As fontes são o elemento predilecto do urbanismo barroco, insere-se em todas as praças com grandes repuxos e cascatas.

ESCULTURA

A escultura é a arte mais praticada e difundida neste período. É intencional, didáctica e simbólica. Associada à arquitectura e pintura ou meramente isolada.
A escultura divide-se em monumental ou independente. A primeira serve para ornamentar ou contemplar a arquitectura, enquadrando-se nos cenários (relevos e esculturas de vulto redondo, honorificas, decorativas e simbólicas). A segunda é de carácter alegórico ou comemorativo (bustos e retratos).
As composições escultóricas são as que mais se evidenciam no barroco (ex. o êxtase de santa Teresa).
A escultura é marcada pelo rigor técnico, domínio da arte de modelar remetendo para um realismo formal e naturalismo visível na perfeição das formas anatómicas. Evidencia a exploração de gestos e expressões, bem como a representação de posições em movimento.
As principais características são pajenamentos volumosos que permitem jogos de ilusão luz/sombra; composições livres, organizadas em esquemas complexos; obras marcadas pelo sentido cénico que acentua a teatralidade e adiciona a preocupação pelo enquadramento da obra.
Os materiais utilizados são essencialmente a pedra, mármore, bronze, ouro, prata, marfim, estuque, madeira poli cromada e até cartão.
A escultura serve também para rematar as construções e decorar reforçando o efeito estético pretendido.

PINTURA

Nasceu em Itália, fruto da contra-reforma e do poder régio.
Tem como objectivo captar a fé dos fiéis através da sedução dos sentidos, daí o encanto e deslumbramento, bem como a encenação e o espectáculo, apontando para a emotividade típica do Barroco.
Tem raízes no renascimento quanto ao equilíbrio, e no maneirismo quanto ás soluções plásticas. Vai assumir um papel privilegiado como arte das imagens e da cenografia. Rompe com o plano da imagem e acentua a sensação de profundidade jogando com as formas fluidas e ondulantes aplicando um grande cromatismo ás figuras e ambientes.
Caracteriza-se pela irracionalidade, exuberância, ânsia de novidade, ideia de infinito e contraste. As linhas são ondulantes e serpenteadas, a profundidade é ilusória, imagem encenada, perspectiva irreal, corpos a flutuar, emotividade = ondulação e movimentação dos corpos.

Móvel

Tem tendências ligadas ao classicismo, destaque para Carracci com as suas cenas quotidianas, foca o realismo do classicismo e a pobreza.
Tendências ligadas ao naturalismo e realismo com Caravaggio, obras de intensidade luminosa que choca o público.
Tendências ligadas ao realismo com Rembrant.
Na temática destaca-se a religiosa, mitológica, temas profanos, retratos, natureza morta, paisagens e cenas de género.
A composição da pintura móvel tinha linhas oblíquas, rectas ou curvilíneas; era feita a representação do momento, dando ênfase á acção; a sobreposição de formas dá maior profundidade; são usadas estruturas poligonais ou circulares; a linha do horizonte está abaixo do normal; através da luz/sombra focam-se os elementos principais (luz rasante), pretendendo assim sensibilizar o espectador através dos sentidos.
Destaca-se em Itália a escola de Caravaggio na pintura de cavalete. Representa o naturalismo e realismo sem receio da fealdade, através de temas históricos, religiosos e cenas de género. Utiliza pessoas comuns como modelos. É o primeiro a utilizar a luz rasante que foca certos pormenores deixando o resto do quadro numa semi-penumbra. Nas suas obras existe sempre uma dualidade entre morte/vida, bem/mal, luz/trevas com uma certa tendência para o dramatismo.

Mural

Era executada em trompe l’ oeil nas paredes das igrejas e palácios, sendo caracterizada pela grandiosidade, teatralidade, ilusão e movimento simulando cenograficamente a realidade.
São sobretudo cenas religiosas movimentadas de modo a ser difícil distinguir os elementos arquitectónicos reais dos falsos (sotto in sù), simulando uma abertura para um espaço imaginário.
As características são jogos cromáticos e luminosos que se projectam para o céu (noção de infinito); figuras movimentadas em escorço, com movimentos sinuosos e vigorosos; vestes em formas acentuadas para reforçar o movimento, sacudidas pelo vento. São composições dinâmicas, especialmente as da família Carracci.

Caso Francês

As concepções renascentistas permaneceram em França de forma mais evidente devido á acção das academias, de modo a que tivesse havido uma grande resistência ao barroco.
O barroco instalou-se fundamentalmente através da gramática decorativa, mantendo as estruturas arquitectónicas clássicas – linguagem classicista e racional nas fachadas, uso de linhas rectas, racionais, simétricas, favorecendo uma arquitectura elegante; planta em U e múltiplos andares. Ex. Versalhes.
Do barroco italiano aproveitaram a organização urbanística e a submissão da arte ao poder régio. O palácio de Versalhes é o símbolo triunfal da monarquia absolutista – glorifica o rei Luís XIV através da razão. Luís XIV cria uma corte extremamente luxuosa, num período conturbado, que consegue ser o modelo de imitação do resto da Europa. Versalhes é o primeiro dos palcos onde o rei se apresenta como actor principal.
O palácio de Versalhes é considerado uma obra de arte total, visto que integra todos os tipos de manifestações artísticas. Reflecte o espírito classicista pela sua forma em U, 3 andares e fachada rectilínea onde sobressai a horizontalidade e simetria. Do barroco distingue-se pela sua gramática decorativa luxuosa, tanto de interior como exterior (varias divisões e aposentos, pintura, talha dourada, mármore, jogos e espelhos de água, galerias e escadarias).
A arquitectura religiosa teve como modelos as igrejas italianas sendo marcada pela ornamentação profusa nas fachadas e interiores sobrecarregados com uma decoração extremamente exuberante e luxuosa. É mais barroca do que arquitectura civil, visto que vem num contexto de contra-refoma. Ex. Igreja de Val-de-Grâce.
A escultura revela uma forte influência do renascimento, rejeitando o barroco. Destaca-se a influência de Bernini na expressão. Do clássico assimila o realismo, riqueza anatómica, expressão serena; e do barroco linhas serpenteadas, gestos cénicos, pajenamentos ondulantes. O principal escultor de Versalhes foi François Girason.
A pintura nunca foi verdadeiramente barroca, revela tendências classicistas no tratamento da forma, composição, figuras e cor. A formação romana adquirida pelos pintores nas academias revela influência de Caravaggio no tratamento da luz. Destaca-se Poussin (harmonia, beleza ideal, espiritualidade), Lorrain (harmonia, maravilha, luz, dourado, paisagem irreal, emoção) e Tournier (naturalismo e luminosidade, carácter místico).
Destaca-se o Triunfo de David e a Descida da Cruz.
A França nunca chega a ser verdadeiramente barroca. Manteve sempre o gosto pelo classicismo.

FALTA MAIS BARROCOS (nao sao tao importantes)

Barroco Espanhol

O barroco foi bem aceite em Espanha, visto que esta mantinha uma forte tradição cristã, na qual a contra-reforma encontrou condições para uma fácil implantação, bem como a presença de uma monarquia absolutista.
Na arquitectura o exemplo disso é o Mosteiro de San Lorenzo d’el Escorial, de modelo idêntico a Versalhes, com influencias clássico-romanas, com os conceitos vitruvianos e esquemas geometrizantes, bem como algumas características árabes na decoração. Sta construção conciliou os conceitos de poder divino e poder temporal.
A arquitectura tem como objectivo suscitar a fé e o fervor religiosos, sendo a obra mais simbólica a fachada da Catedral de Santiago de Compostela, extremamente decorativa, aponta para uma influência gótica. Churriguera é considerado o mais barroco dos arquitectos, dando origem a uma corrente. O churriguerismo, caracterizada pelo uso abundante da decoração. O barroco/churriguerismo exporta-se para a América Latina misturando-se com a arte dos povos pré-colombianos.
A escultura está aliada também á contra-reforma. Salientam-se as escolas regionais de Valência, Sevilha, Catalunha, Granada e Madrid. É de um grande carácter místico, com a noção de naturalismo ascético. Há o predomínio da madeira poli cromada aplicada a retábulos extremamente exuberantes.
A pintura é sobretudo religiosa e faz sentir a influência italiana nos contrastes da cor e tratamento de luz.
Destaca-se Ribera (influência Caravaggio, sensualidade, dramatismo, modelos gente comum, realismo), Velazques (pintor da corte, jogos espaciais, mancha, múltiplos focos, ex. As Meninas), Murillo e Zurbaran.
Portugal

O barroco em Portugal coincide com um tempo difícil na situação politica e económico-social. Os tempos de maior esplendor encontram-se no reinado de D. João V e D. José I (correspondem ao tempo do absolutismo régio e importações de ouro e diamantes do Brasil).
A corte de D. João V vai ser corte de imitação da corte de Versalhes (barroco pleno). Algumas das construções são o aqueduto das Águas Livres e o Convento de Mafra.
A arquitectura é um prolongamento do maneirismo. Seguia as indicações do Concílio de Trento. A arquitectura religiosa é simples no exterior, a verdadeira demonstração barroca está no interior. Plantas rectangulares, fachadas, simples com duas torres, sobriedade decorativa.
O barroco pleno está na decoração de interiores 8como altares), através dos retábulos e talha dourada. São utilizados elementos arquitectónicos internacionais mas também nacionais como a talha dourada e azulejos joaninos. Há o predomínio do uso de materiais regionais como calcário (Lisboa) e granito (Porto)
Numa primeira fase há uma continuidade de linhas simples mas com uma excessiva decoração de interiores. Numa fase final a decoração exterior é maior, mas o interior continua a ser mais imponente.
Na arquitectura civil destaca-se os palácios (burguesia endinheirada) que são tipicamente barrocos.
A escultura destaca-se como arte de eleição do barroco. Numa primeira fase denota-se a influência espanhola (limiar do barroco). No barroco pleno há influências italianas e francesas (valores clássicos + barrocos). Destaca-se o uso da talha dourada ou poli cromada. Há o predomínio de estatuas de vulto redondo e baixo relevos decorativos e religiosos em madeira e barro. Na primeira fase destaca-se Manuel Pereira e na segunda Claude Laprade.
A talha dourada era essencialmente usada em altares, paredes, púlpitos, balaustradas, frisos, cornijas e tectos.
A pintura barroca é tardia em relação ao resto da Europa e como as outras artes divide-se em duas etapas.
Na1ª (XVII) denota-se a influência do tenebrismo espanhol de Ribera (devido ao domínio filipino), chama-se a fase protobarroca.
Na 2ª (XVIII) liberta-se da escola espanhola. Clareia-se a paleta. Há uma influência de Caravaggio (fase barroca).
A temática é sobretudo religiosa, retrato, natureza-morta. Á pintura de retábulos e móvel associa-se a pintura de tectos.
A azulejaria reveste paredes com temáticas laicas, a azul, branco e dourado sendo executada a trompe l’oeil. Destaca-se na 1ªa fase Domingos Vieira e Josefa d’Óbidos e no 2º Vieira Lusitano.
MANEIRISMO

O maneirismo antecede o Barroco, mas já não se insere num contexto renascentista. Entende-se como umas … entre as influências renascentistas e a preparação de algumas características do barroco. É um período mais livre, sem as convenções do renascimento que durou apenas 3 décadas.
Insere-se num novo contexto histórico, onde surgem várias tendências á maneira de da Vinci, Miguel Ângelo, Botticelli…
Será a manifestação do sentimento de decadência e deformação dos cânones clássicos. Tem como características a irregularidade, a destruição do equilíbrio, abandono dos princípios das ordens clássicas e decoração caprichosa e exuberante.
É uma fase de desequilíbrio social. Escrevem acerca deste período: “elegância conforme a moda” e “transformação de um sonho em pesadelo”. A primeira pessoa a utilizar o termo maneirismo foi Vasari; utiliza-o num sentido pejorativo, para reflectir uma arte afectada, cheia de artificialismo que se afastava do equilíbrio e racionalismo humanista. Hoje pensa-se que o maneirismo acabou por ser moderno na busca de uma maior expressividade formal, plástica e de uma maneira geral “própria” de cada artista.
personalidades

Miguel Ângelo – artista
Giambolonga - escultor
Andrea Palladino – arquitectura
El Greco – pintura


ARQUITECTURA

É considerada uma deformação dos cânones greco-romanos (irregular, destruição do equilíbrio, abandono das ordens e decoração extravagante). Ex: praça de Capitólio.

ESCULTURA

Perde o rigor da representação clássica. É mais expressiva e dinâmica. Privilegia a subjectividade, os sentimentos, a sensualidade e o efeito puramente plástico e decorativo. Perde o rigor anatómico.

PINTURA

Rompe com os modelos clássicos. Culto do bizarro e individual. Composições complexas e inventivas (não piramidais). Grande importância dada ao desenho (serpenteado e vigoroso). Proporções e atitudes dinâmicas. Cromatismo vibrante. Fundos arquitectónicos e paisagens renascentistas. Ex: Verão

Renascimento

RENASCIMENTO – Cultura do Palácio

O final da idade média foi marcado por uma série de acontecimentos que vão abalar a sociedade europeia (trilogia negra), enquanto que simultaneamente a igreja entra na sua maior crise e Constantinopla é tomada pelos turcos otomanos, de modo a que os artistas e intelectuais bizantinos se vêm forçados a retirar para Itália, levando consigo a tradição cultural e artística do “quattroccento”.
O renascimento nasce desta situação de renovação ao nível demográfico 8mais natalidade com o fim da trilogia negra), social e politico (período áureo para a burguesia, não havia domínio do rei, rivalidade entre ducados e republica resulta em grandes criações artísticas), económico (maior poder de compra influencia as artes). Surge o mecenato, um apoio ás artes e letras de alguns nobres e burgueses.
Com o Renascimento surgem valores inspirados na antiguidade clássica – individualismo 8atropocentrismo) que aponta para as necessidades do homem, surgindo assim o espírito crítico, da análise e reflexão dessa necessidade; o classicismo, inspiração nos modelos clássicos e interesse pela natureza, método experimental, ordem, racionalidade; e humanismo (ligado á individualidade, valoriza o homem e a realidade como algo de concreto e não metafísico). Estes valores, que fomentam o espírito crítico, levam á cítrica de costumes e crítica á autoridade da igreja, dai surge a Reforma Protestante (interpretação livre da bíblia, salvação pela fé e não pelas obras, abolição do clero e culto dos santos), Martinho de Lutero (protestante) revolta-se contra a venda de indulgências praticada pelo papa Leão X, para ganhar fundos para terminar a capela Sistina.
Em resposta á reforma protestante, a Igreja Católica criou novas ordens religiosas e a Companhia de Jesus (novos fundamentos: pobreza, castidade, obediência ao papa e cruzadas), o Concílio de Trento tratou da reforma disciplinar da igreja e delineou a estratégia da Contra-Reforma. Segundo esta limitou-se a leitura da bíblia ao latim (vulgata); o homem possui livre arbítrio sendo responsável pelos seus actos e pode alcançar a salvação através da fé e obras; os 7 sacramentos são sinais de graça; na eucaristia havia transubstanciação e devia-se prestar culto aos santos e á virgem. Como medidas repressivas a Igreja criou o índex e restabeleceu o Tribunal do Santo Ofício.
O renascimento surge então em Florença, nos finais do séc. XV e inicio do XVI devido aos seus ideais, culto das artes e situação económica favorável.



personalidades



Giotto e van Eyck – pintura
Miguel Angeli e da Vinci – escultura
Vasari
Bramante

ARQUITECTURA

Para a evolução da arquitectura renascentista foram fundamentais 5 aspectos: a descoberta em 1415 do Tratado da Arquitectura de Vitrúvio, que depois se traduziu na Bíblia de Arquitectura, que sistematizava os seguintes aspectos, ordem (geometrização e organização), disposição, proporção, conveniência (utilidade) e euritmia (justa proporção entre as partes de um todo).
Leon Battista Alberti vai organizar estes conceitos e desenvolve-los lançando base para uma arquitectura racional e científica.
Para além das características vitruvianas, a arquitectura assume concepções estéticas e técnicas de raiz clássica, harmonizadas com um ideal cristão e individualista; o conceito de arte/artista vai estar equiparado a outras actividades intelectuais próximas das ciências; o artista é um intelectual livre, dono das suas obras (direito a autoria), os métodos de trabalho são apoiados na geometria, matemática, anatomia, todos os trabalhos eram projectados com um nível técnico. Há um renascer de valores da cultura greco-romana (arcos, colunas, cornijas, geometrização, simplicidade, frontões…), a arquitectura vai despegar-se de tudo o que é decorativo e supérfluo, adquirindo planta central ou em cruz latina com cobertura em abobada, cúpulas e semi-cupulas. Durante este período dá-se uma grande importância á utilização do quadrado e circulo 8figuras geométricas), que na sua perfeição reflectem a superioridade da qualidade de Deus.

ESCULTURA

A escultura está liberta dos condicionalismos arquitectónicos e afirma o seu valor monumental (não condicionada pelo suporte) ganhando riqueza anatómica e realismo, havendo assim uma grande liberdade de posições e movimentos (ex: pietá). Há uma maior exploração da capacidade expressiva do homem – retrato. Perdura um grande domínio técnico (conhecimento dos materiais e das metodologias específicas). As noções de proporções são rigorosas apontando para composições piramidais e desenhos projectuais que pretendem dar formas, posições e movimentos.

PINTURA


Giotto e Van Eyck foram os primeiros a lançar bases para a pintura renascentista. A pintura vai conquistar uma grande importância no Renascimento. Há uma noção de perspectiva (3planos) para intensificar o realismo (procura de realismo rigorosa). A utilização da pintura a óleo vai permitir a exploração do volume e transparências.
Altberti afirma “um quadro é uma janela para o mundo”, em função desta afirmação temos uma nova concepção espacial, sempre com posições equilibradas.
Há uma grande monumentalidade e volumetria, principalmente dos corpos (correcção anatómica, são incluídos elementos arquitectónicos e motivos escritórios clássicos como em A escola de Atenas, colunas e arcos). Assim como na escultura, é dada uma grande importância ao desenho, acentuando o realismo dos acessórios (brilho, ilusões luminosas nas texturas e vestes) e há uma maior riqueza cromática da paleta, bem como um jogo entre tonalidades claras e escuras.
Idade MÉDIA
ARTE PALEOCRISTÃ
ARTE BIZANTINA
ARTE ISLÂMICA
ROMÂNICO
GÓTICO


ainda nao fiz

Roma

ROMA – Cultura do Senado

Os etruscos, povo que está na origem da civilização romana, desenvolveram esta cultura com base em influências de vários povos, como a Grécia.
No séc. III há um domínio de Roma sobre Itália, transformando-se numa potência mundial, mas a sua grande ambição é dominar o mar mediterrâneo e as rotas comerciais. Isto é conseguido através das guerras púnicas, que vencem contra os cartagineses. Continuavam no entanto a anexar outras regiões do seu interesse como a Grécia e o Egipto, conseguindo assim construir um grandioso império, o “maré nostrum”.
Dado este domínio do mediterrâneo, as trocas comerciais resultam em trocas culturais o que resulta na influência recebida de povos asiáticos, gregos, persas, etruscos, egípcios e mesopotâmicos. Os romanos vão ser capazes de harmonizar as suas necessidades ao estilo de vida, aproveitando as influências destes povos e resumindo-os numa síntese criativa.
A cultura romana vai ter algumas características próprias como a inteligência positiva, visão pragmática, espírito político, gosto pelo poder, sentido histórico e uma tendência para a monumentalidade e opulência.
O apogeu de Roma vai ser durante o período do Império (antes tem a monarquia e a republica), que surge como a melhor solução para a crise político-social que se havia instalado na sociedade romana. O império só dura devido á “pax romana”, um exército que impunha aos povos anexados os valores da romanização (estradas, língua…).
Os romanos construíram uma economia urbana e comercial e para a regular vão introduzir a moeda, daí ser uma economia monetária.
O imperador mais marcante foi Octávio César Augusto. Este tinha o controlo administrativo, direito a veto, era sacerdote supremo e tinha o poder militar. Imperador = suma dos poderes.
É nesta época o apogeu de Roma e o desenvolvimento de vias de comunicação (estradas/pontes), abastecimento de água (aquedutos), saneamento (esgotos), desenvolvimento urbanístico, da agricultura e comercio e criação do direito público, privado, internacional e penal.
O declínio do império resulta da instabilidade social e política que se vai sentir e da pressão dos povos bárbaros sobre as fronteiras.

personalidades importantes


César Augusto – imperador
Cícero – orador
Vitrúvio – arquitecto
Virgílio – poeta
Nero – imperador
Trajano – pai de Adriano; imperador
Adriano - imperador













ARQUITECTURA – república

É a arte que melhor documenta a originalidade e o génio inventivo dos arquitectos. Marco Vitruvio, arquitecto romano, escreve os Dez Livros da Arquitectura que apresentam uma visão técnica e estética da arquitectura – solidez, utilidade, beleza e dignidade. Atribui-se-lhe a primeira forma de teorização da arquitectura.
Esta primeira fase caracteriza-se pelo funcionalismo, pragmatismo, criatividade e inovação. Distanciam-se do helenismo grego pela variedade e plasticidade dos materiais utilizados, os tradicionais e uns mais económicos, o opus, que permitem a construção de coberturas abobadadas e paredes arredondadas. A argamassa foi uma das maiores inovações, era introduzida numa cofragem de modo a formar elementos construtivos que eram posteriormente revestidos para disfarçar o trabalho final pouco decorativo, o que é também uma originalidade; bem como a criação de novos sistemas construtivos com base no arco de volta perfeita (abobadas de berço, arestas, cúpulas e arcadas). Foram os primeiros a utiliza-los com inteligência arquitectónica.


ARQUITECTURA – imperial

Uma das grandes preocupações da arquitectura nesta época vai ser o planeamento urbano, que nasce devido aos problemas de ordem politica, militar e económica. Foi implementada com um forte carácter ornamental e monumental, sendo Roma o “exemplo” para as outras cidades. A arquitectura é criada á medida do império.



Pública e Utilitária

Era uma arquitectura para a população que traduzia o desejo de poder e grandeza deste povo.
O fórum é uma tipologia que se insere nesta categoria de arquitectura. Em Roma existem vários fóruns, resultados da passagem de vários imperadores (glória eternizada). O fórum é o centro da vida urbana que tem um carácter político, é local de propaganda política. Podiam ser aumentados com anexos quando já não eram grandiosos o suficiente.
Nos edifícios administrativos destaca-se a cúria e o tabularium e nos públicos a rosta e o coliseu.
A basílica é um edifício tipicamente romano que se caracteriza pela sua construção em abobadas de aresta e cúpulas. Tinham função de tribunais, mercados, bolsas de mercadores, cúrias e palácios…
Anfiteatros eram construções ligadas ao lazer, que tinham plantas circulares ou elípticas, normalmente sem coberturas, erguiam-se em vários andares. Um bom exemplo é o Coliseu de Roma, onde se realizavam espectáculos de gladiadores vs. feras.
As termas serviam para o convívio e trocas de informações, podendo ser frequentadas por ambos os sexos, possuíam vestiários, bibliotecas, ginásios e jardins de repouso. Ostentavam o poder político com ricas decorações de mármore, azulejo e estuque dourado.

Religiosa

Tinha funções religiosas, políticas e sociais. O politeísmo deu origem a vários templos, santuários e altares.
Templos – erguiam-se sobre um pódio e possuíam em carácter frontal. A fachada era assinalada por um pórtico e pelas escadarias de acesso ao templo. A planta era rectangular (influências gregas). Utilizavam só um estilo nas colunas como elemento decorativo.
Santuários – mesmas características dos templos mas uma escala maior. Panteão (melhor obra conservada da humanidade) – objectivo unificar o império, tinha vários deuses, era um santuário para ser aberto ao público.

Privada

Menor importância, mas da mesma genialidade. nao acabei porque nao e imporatne.


Comemorativa

Eram construções criadas para assinalar as façanhas politicas e militares dos imperadores e grandes oficiais.
Colunas comemorativas tinham baixos-relevos e retratavam a história da pessoa em questão, rituais dos vencedores. Os arcos do triunfo por vezes tinham colunas comemorativas adoçadas, partiam do arco de volta perfeita e podiam estar colocados em locais isolados ou á porta das cidades. Quem era aclamado deveria fazer um cortejo.


PINTURA

A pintura reflecte o modo de vida e o modo de ser da população romana.
O principal conjunto de pintura romana pode ser encontrado em Pompeia e Herculano.
A pintura vai ser uma síntese de influências egípcias, gregas e etruscas, que se aliam ao sentido prático e realismo. Os temas são triunfais, mitológicos, natureza-morta e paisagens.
As tipologias que podemos encontrar são pintura mural (frescos), mosaico (formas suásticas primeiro no chão e depois em paredes), e de cavalete (em tela ou madeira em eucastila ou tempera).
A pintura subdivide-se em quatro fases. A primeira fase é caracterizada pela influência helenística. As figuras são serenas e elegantes (lísipo e policleto) e mostraram o contraposto e a temática sobretudo mitológica. No segundo estilo o artista pretende criar espaços ilusórios. Para tal, ele utiliza elementos arquitectónicos em perspectiva, que pretendiam criar espaços onde estes não existiam, através da pintura (alongar espaços). O terceiro é uma evolução do segundo com maior exploração do trompe l’oeil e maior complexidade. Fundos negros com motivos ornamentais muito pequenos marcam a irracionalidade. O segundo e terceiro estilos são os que marcam o período áureo e criativo da pintura romana. O quarto estilo é uma fase já de decadência. É uma síntese dos 2º e 3º mas com cores vivas, efeito teatral, fantasista e cenas minúsculas.


ESCULTURA

O gosto que a escultura grega suscitou nos romanos levou-os a “importar” e copiar estas obras. O retrato é uma destas influências, mas os romanos elevam-no a um carácter mais realista (realismo emocional), favorecendo as marcas pessoais e desfavorecendo a estilização e o ideal de beleza grego. A combinação da tradição helenística e etrusca associa-se ao sentido prático e realista dos romanos.
A escultura passou por três fases. A primeira ocorre no apogeu de Roma. O retrato (propaganda politica) era produzido em bronze ou pedra ou até cunhado em moedas para ostentar o poder imperial. As esculturas elevavam o braço direito, um símbolo romano que mostrava a autoridade, poder e justiça (gesto típico romano, contraposto, robustez, rosto sereno). A segunda fase é a partir do período dos flávios, no alto do império, os retratos tornaram-se ainda mais realistas acentuando o carácter fotográfico. A terceira fase corresponde á decadência do império. As obras têm influências orientais, hieratismo e frontalidade, o que origina a falta de movimento.
Para além do retrato tinham a estatua retrato, estatua equestre, relevos historiados. Serviam-se ainda do retrato para um culto doméstico, moldes de rostos dos antepassados = JUS IMAGIUM.

Grécia

GRÉCIA – Cultura da Ágora

A Grécia foi a primeira civilização do período clássico. Dispunha de uma localidade geográfica favorável ao comércio e também á comunicação com outros povos.
O povo grego resulta de um cruzamento étnico e de heranças dos povos das civilizações pré-clássicas (aqueus, eólicos, dórios e jónios). Evoluem devidos a condições geográficas, étnicas, socio-económicas, politicas (cidades estado e exércitos poderosos), religiosas (politeísmo), culturais (filosofia, racionalismo e antropocentrismo) e artísticas. Acabam por ser uma síntese dos povos do mar egeu.
Dividem o conceito de arte em ética/estética, politica/religião, realismo/idealismo, técnica/ciência, mantendo-o ligado á racionalidade, funcionalidade e também as qualidades étnicas.
Divide-se a arte em período arcaico (séc. VIII a.C. – inícios V a.C.), clássico (séc. V a.C. – IV a.C.) e helenístico (séc. III a.C – era cristã).
Personalidades

Platão e Aristóteles – filosofia
Esquilo e Sófocles – teatro
Heródomo – pai da História
Péricles – líder democrático
Policleto, Lísipo, Praxiteles – escultura
Lisípedes – cerâmica
Hipódamo – urbanista
Ictinos e Calícrates – arquitectos
Alexandre Magno – rei da macedónia






PERIODO ARCAICO
ARQUITECTURA

As primeiras construções eram em madeira, só a partir do séc. VII a.C. começaram a ser em pedra.
Os edifícios podiam ser religiosos, administrativos, políticos ou comerciais. Tinham influências de povos das ilhas cíclades, Creta, aqueus e dórios.
A arquitectura religiosa esta ligada a crenças, ritos mágicos e culto dos Deuses. A tipologia que mais de destaca é o templo (evolução do templo folha aparte).

Existem três ordens arquitectónicas: dórica (formas geométricas, mais rígidas, desprovidas de decoração, hieratismo, aspecto pesado e maciço); jónica (movimento, linha curva, realismo substitui hieratismo, mais esbeltoas e decorativos, com volutas) e coríntia (período helenístico, mantém dimensões jónicas mas é mais decorado, capiteis em forma de folhas de acanto).

ESCULTURA

As primeiras construções escultóricas apontavam para o séc. IX a.C. a VIII a.C., sendo estas em madeira apresentando divindades (xoana e xoanon) com influências mesopotâmicas, poses hirtas, braços colados ao tronco do corpo (influências egípcias e creto-minóicas).
Dois séculos depois, a segunda fase deste período aponta para uma estatuária mais ousada e sedutora (kouros e korés). Os kouros com ombros largos, peitorais definidos, cintura delgada e ventre liso, braços imóveis, punhos cerrados, pernas como suporte do corpo (uma mais avançada que a outra) e olhos salientes. A koré é vestida com cores luminosas, vivas e cintilantes, cabelos em tranças soltos pelo vestido.
As características comuns ás esculturas são a libertação da lei da frontalidade e da lei da imobilidade, da simetria, apesar de não perder a rigidez (braços começam a libertar-se do corpo).

PERIODO CLÁSSICO
ARQUITECTURA

As obras são harmoniosas e equilibradas.
Surgem novas tipologias ligadas às necessidades da população, como teatros, ginásios e stoas.
Cada construção tinha a sua função e a cidade dividia-se em área sagrada (templos, santuários e acrópole), área pública, a ágora (zona social) e área residencial.

Hipodamo foi o primeiro grande urbanista, inova na organização de espaços.

ESCULTURA (arte grega por excelência)

Tinha funções atléticas, politicas, funerárias, ornamentais e religiosas.
A evolução da estatuária deu-se da seguinte forma:
Estilo severo – distingue-se pela diminuição das dimensões, início do trabalho em perspectiva, soltando-se do bloco (escorço), abandono do estaticismo e adopção da mobilidade;
Transição – descoberta do contraposto. rosto mais sereno.
Tratado de Policleto – altura da cabeça é 1/7 do corpo, atletas robustos com um ligeiro movimento de ombros.
Tratado de Lísipo – cabeça 1/8 do corpo, obras esbeltas e elegantes.

Devido á guerra de Peloponeso (que os gregos perderam), dá-se uma crise politica e consequente queda de Atenas. Os trabalhos de Praxiteles perdem a noção épica. Apresentam ternura, erotismo com um contraposto bem acebtuado, a curva praxiteliana. Escopas é um autor que também marca este período com obras de expressão patética através da deformação do rosto.


PERIODO HELENSÍTICO - nao fiz porque nao é o mais importante



EVOLUÇÃO DA CERÂMICA

A cerâmica foi fundamental para o conhecimento dos povos, culturas e tipos de arte.
Tinha as mais diversas utilizações – ornamentação, rituais funerários, uso pessoal.
É um dos melhores testemunhos da cultura, religião e da vida das civilizações antigas, sendo um dos primeiros suportes em que o homem se manifestou.
1º Estilo geométrico – recipientes com motivos geométricos, ziguezagues, cruz suástica com a pintura a negro no fundo rosáceo.

2º Estilo arcaico – influencias orientais, com silhuetas estilizadas; arcaico recente – elegância, sofisticação, com detalhes anatómicos

3º Estilo clássico – é o apogeu técnico, estético e conceptual. Mantêm-se as figuras negras mas surgem figuras vermelhas em fundos negros. As pinturas têm cenários naturais ou arquitectónicos.

Séc. IV a.C. há uma variedade de estilos decorativos, alguns autores associavam fundos amarelos ou brancos ás pinturas.

Período helenístico – por varias razões a cerâmica perde a sua importância banalizando-se.


olá


Este é um blog com os meus resumos de história da arte 2008. ja que nao há livros de apoio...