10 de junho de 2008

naturalismo, realismo, impressionismo neo impressionismo

Um novo olhar sobre o real

Após a década de 30 do séc. XIX as primeiras crises económicas do capitalismo industrial já se tinham feito sentir, o movimento operário começa a organizar-se em crescentes greves e manifestações e a situação económica complica-se em quase todos os países. Estes acontecimentos enchiam as páginas dos jornais levando as novidades a um número cada vez maior de pessoas. Assim o interesse pela realidade foi ganhando terreno, em correspondência com o maior racionalismo e materialismo da vida quotidiana.
Estes factos reflectiram-se também na arte determinando uma das mais importantes viragens desde o renascimento.

NATURALISMO e REALISMO


O interesse dos artistas pela realidade visível manifestou-se primeiramente em França com um grupo de jovens pintores nos anos 30 do séc. XIX, que abandonou a cidade e o academismo da época para se instalar em plena floresta de Fontainbleau (Barbizon) onde desenvolveu uma pintura da natureza.
Os pintores da “escola de Barbizon” foram os iniciadores do naturalismo, marcando o interesse pela representação do real visível em paisagens e algumas cenas do quotidiano, libertando a arte do sentimentalismo exagerado do romantismo.
Destaca-se como maior naturalista Corot.
Influenciado pela pintura de Barbizon surge um outro estilo na arte europeia, o realismo.
A pintura realista esteve ligada a conceitos sociais e políticos que marcaram França: crise económica, revoltas operarias… visou a captação da realidade social da época.
Muitos destes pintores realistas usaram a fotografia como meio auxiliar para os enquadramentos da composição.
As técnicas pretendem ser fieis á realidade, no entanto o resultado não foi a copia do real, porque ao reagir contra o rigor das academias tiveram tendência para simplificar o claro/escuro.
Courbet foi o maior realista, seguido por Daumier e Millet.
Fruto das contradições históricas que o geram, o realismo expandiu-se por toda a Europa e conheceu também algumas realizações na escultura.
IMPRESSIONISMO

A pintura impressionista teve origem entre os anos 60 e 70 do séc. XIX, entre um grupo de jovens pintores (Monet, Renoir, Basile, Cezanne, Pissarro e Sisley) que se encontraram na academia Suiça em Paris e se unem pelo interesse contra a pintura académica á qual contrapõem a pintura feita em locais ligados á vida citadina que mostrava as mudanças da luz e da cor ao longo do dia. Mas a pintura reflectia também as suas personalidades.
Estabilizadas a agitação social e económica que vigoravam, França conhece um período de florescimento cultural.
Antecedentes do impressionismo: fotografia (contribui para definir as relações entre a arte e o mundo das percepções ópticas), japonesismo (estampas japonesas inspiravam novos temas, cores frescas e traço vivo) e escola de Barbizon e Courbet (inspiraram os pintores impressionistas pela técnica e temática quotidiana).
O nome impressionismo surge pela mão do crítico de arte Leroy aquando da exposição de uma obra de Monet, Impressão do sol nascente.
Os impressionistas, influenciados pelas descobertas sobre a luz e cor, vão procurar as margens dos rios para reproduzirem efeitos de luz sobre a água. Entendiam a realidade em constante mutação e a pintura deveria ser capaz de traduzir essa ideia de mudança.
A arte impressionista foi uma arte de ruptura que privilegiou a investigação experimental, rompendo com os convencionalismos académicos, na busca por uma pintura mas intuitiva e espontânea realizada perante a percepção, tinha como interesse captar a luz e os seus efeitos nos objectos, pessoas e natureza. A pintura executa-se perante o motivo, o que leva os pintores a preferirem a pintura ao ar livre, negando a racionalização da arte.
As cores eram aplicadas em pinceladas rápidas em forma de vírgulas ou interrompidas, com base nos estudos da cor e do espectro solar. A partir de agora as cores passam a ser comercializadas em tubo e não artesanalmente, sendo assim aplicadas directamente na tela. Aboliu-se os tons cinzentos, privilegiando as transparências e luminosidade, é utilizada a lei das cores complementares. Estas técnicas vão criar obras rugosas e não racionais.
As temáticas são paisagens urbanas ou rurais, amigos e vizinhos, hábitos/defeitos da pequena burguesia e cenas de interiores. Para os impressionistas o importante era a técnica e não a temática.
O grande mentor do impressionismo foi Manet, mas foi Monet o mais impressionista. Degas manifesta interesse com as suas cenas de bastidores da ópera e Renoir com o nu feminino e lazeres da burguesia.
Assim o impressionismo não constituiu um movimento homogéneo, mas uma corrente que permite o individualismo de cada autor.




NEO-IMPRESSIONISMO



Entre as críticas ao impressionismo estava a acusação de não executar com rigor a teoria da cor, dizendo mesmo que chegavam a negligenciar a aplicação das cores puras (pinceladas sobrepostas sujavam as cores). O desejo de fazer evoluir o impressionismo de acordo com a teoria das cores originou o neo-impressionismo.
Surgiu de uma técnica descoberta por Seurat, o pontilhismo e o divisionismo (minúsculos pontos que não são misturados mas são colocados uns ao lado dos outros, de acordo com a lei das complementares, que se deveriam misturar a uma certa distância aos olhos do espectador).
A obra deixa de ser uma impressão fugaz e passa a ser uma construção rigorosa de cores, formas e linhas passando a luz para um plano secundário.
A temática continua a ser da vida citadina, paisagens marítimas e diversões. São agora executadas em grandes telas em atliers a partir de estudos ao ar livre.
Para alem de Seurat, distinguem-se Pau Signac e Pissarro em algumas obras.
O neo-impressionismo vai ser uma evolução do impressionismo que era considerado um pouco primário e curto de ideias. Em 1884 cria-se um novo salão de recusados, o chamado salão dos independentes, que seria um local de exposições neo-impressionistas e mais tarde pós-impressionistas.

1 comentário:

Anónimo disse...

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